PUBLICIDADE

Publicidade

Clubes de assinatura crescem na comodidade de casa na pandemia

Com experiência de compra que alia segurança e elementos-surpresa, sem visita física, modelo de negócio ajuda empresas a fidelizarem clientes; itens vão de livros a produtos de limpeza

Por Bianca Zanatta
Atualização:

Especial para o Estado

PUBLICIDADE

Um costume que deixou saudade com a chegada da pandemia do novo coronavírus é o de se embrenhar em lojinhas, feiras e empórios e dar de cara com achados. Talvez como forma de suprir a carência por essa experiência de compra mais lúdica, os clubes de assinatura, que oferecem caixas com itens-surpresa, ganharam força no último período. 

De acordo com a fintech de pagamentos online Vindi, a modalidade vem crescendo mensalmente desde o início da pandemia, com alta de 25% entre abril e maio e aumento médio de 16% no comparativo geral entre janeiro e julho de 2020. As modalidades são as mais variadas: de cesta de orgânicos e cervejas a livros e produtos de limpeza.

Lançado há dois anos pela Editora Intrínseca, o clube Intrínsecos dobrou o número de assinantes de março para cá. “Muitas pessoas viram uma oportunidade de receber livros em casa sem precisar se colocar em risco (pelo coronavírus). E outras também viram uma maneira bacana de começar a ler, fugindo um pouco das telas, que viraram obrigatórias”, analisa Heloiza Daou, diretora de marketing da editora.

As caixas chegam mensalmente com um livro inédito surpresa, postal temático, marcador de página e um brinde que tem a ver com o título da vez. “A gente vive a era dos recebidos e acredito que a experiência de receber um presente em casa sem saber exatamente o que vem dentro é bem excitante para a grande maioria dos leitores.”

Marcelo Ebert, CEO da YVY, empresa que possui serviço de assinatura de produtos naturais de limpeza em cápsulas. Foto: Valéria Gonçalvez/Estadão

Outro setor que já havia se encontrado no nicho, mas cresceu na crise, é a gastronomia. Bebidas, comida, orgânicos - todos têm um lugar ao sol. É o caso da Raízs, que conecta os clientes a pequenos produtores de orgânicos. A plataforma contava com 700 assinantes antes da pandemia e saltou para 1,7 mil no último mês. 

As cestas são personalizadas com verduras, legumes, frutas e temperos orgânicos que têm preço fixo - em média 20% abaixo dos supermercados. “Trabalhamos com a sazonalidade dos alimentos, os clientes só recebem orgânicos da época”, diz o fundador Tomás Abrahão. “Sempre que possível, incluímos ‘diferentões’ nas cestas”, referindo-se a itens que não é costume encontrar no comércio tradicional.

Publicidade

A WorldSteak, clube de assinatura de carnes premium, também viu o faturamento crescer em média 49% de março a julho em relação ao primeiro bimestre de 2020. Estão disponíveis três opções mensais de box, de acordo com o número de pessoas da casa.

Houve ainda estreias durante a pandemia, como o Clube BarDoCelso.com, lançado em julho. São três seleções compostas por dois rótulos diferentes cada, que o assinante recebe todo mês. Os pacotes já contam com média de 100 assinantes. “A pandemia acelerou um pouco o negócio, com certeza”, avalia o sommelier de cervejas Luís Celso Jr.

A WorldSteak, clube de assinatura de carnes premium,viu o faturamento crescer em média 49% de março a julho em relação ao primeiro bimestre de 2020. Foto: Wesley Izidoro

A marca de cafés especiais UM Coffee Co. também usou o cenário como gancho para concretizar o antigo desejo de ter um sistema de fidelização. O envio dos pacotes de cafés cultivados pela marca, que chegam na casa do assinante até 5 dias após a torra, é mensal. Podem ser tanto lotes anuais da Fazenda UM quanto microlotes de produtores amigos que fazem parte do rodízio do clube.

Limpeza sustentável por assinatura

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

A YVY, e-commerce de produtos naturais de limpeza, já nasceu como serviço de assinatura e teve um salto de 150% no número de adeptos durante a pandemia, somando hoje 2,5 mil assinantes. A expectativa é de chegar a 10 mil em todo o País até o final do ano, batendo um faturamento anual de R$ 4 milhões.

Para o CEO Marcelo Ebert, o impulso no negócio se deve principalmente às mudanças de mentalidade trazidas pela crise sanitária. “Com a pandemia, comportamentos de consumo que antes eram tendências de médio ou longo prazos se transformaram em necessidades vitais”, afirma. Ele fala que as pessoas que não tinham experiência de limpar a casa agora entendem que é um desafio e estão mais conscientes da importância de manipular produtos livres de ingredientes sintéticos.

O volume de lixo produzido também passou a incomodar, segundo o empresário. “A sociedade se deu conta da quantidade absurda de lixo, principalmente plástico de uso único, gerada por uma família.” Os produtos da marca vêm em cápsulas que reduzem em 70% a quantidade de plástico utilizada pela indústria convencional. Basta diluir com água em borrifadores próprios. “Uma experiência de consumo muito mais adequada aos dias de hoje”, diz o CEO.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.