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Opinião|O que é economia compartilhada e por que você precisa ficar por dentro do assunto

Na nova economia, muda a relação entre posse e propriedade das coisas, com a última perdendo cada vez mais relevância; entender esse conceito é importante para antever tendências de consumo

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Por Redação
Atualização:

Por Marcos Rabello, analista de negócios do Sebrae-SP

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Ter um carro em qualquer parte do mundo ou até mesmo uma casa? E aquela roupa que foi destaque nos principais circuitos da moda? Talvez produzir o que eu quiser sem ter que me preocupar com os custos da adequação de espaços e compra de equipamentos? Algumas coisas podem nos soar familiar, mas outras acabam sendo estranhas em um primeiro momento. Isso é a economia compartilhada, que vem ganhando força e remodelando a maneira como consumimos produtos e serviços.

Se antes ter um carro para chamar de meu era algo importante, hoje ter um carro para facilitar e agilizar a "correria do dia a dia", sem ter que me preocupar com documentação, IPVA, manutenção e seguro, é o que importa. E essa mudança de comportamento traz o conceito interessante de pay-per-use (pague pelo uso), em que eu não preciso ter a propriedade do bem e sim somente a posse nos momentos que me são convenientes.

Pra que comprar um patinete se eu posso pagar para usar somente o tempo necessário para me deslocar? Ou por que comprar aquele vestido que foi destaque na passarela para ir a uma festa se é possível pagar para usar somente pelas horas que são necessárias? O conceito da economia compartilhada é tão amplo que se aplica até mesmo nos novos empreendimentos imobiliários. Até bem pouco tempo atrás era impensável um apartamento sem cozinha. Pois é, hoje isso vem se tornando cada vez mais comum com espaços de cozinha compartilhada dentro de condomínios que reúnem diversos outros serviços pay-per-use como lavanderia e bicicletário.

E esse modelo não se restringe ao consumidor final. Empresas estão valendo da economia compartilhada para economizar e focar nos seus modelos de negócios. A ascensão dos coworkings são apenas uma amostra do potencial desse novo mercado. Pequenos restaurantes e indústrias alimentícias, que antes precisavam de alto investimento e diversas licenças para funcionar, hoje encontram uma alternativa viável com o uso de cozinhas compartilhadas. Isso sem falar nos marketplaces, que possibilitam diversas empresas venderem online sem ter que arcar com os custos do desenvolvimento, implantação e manutenção de um e-commerce.

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Essa característica de compartilhamento está cada vez mais presente nas novas gerações. Se há 30 anos os jovens adultos trabalhavam para adquirir e acumular bens, hoje eles trabalham para ter experiências que muitas vezes não são atendidas pela compra de qualquer coisa que seja. Para isso, eu posso pagar para usar somente quando for preciso e economizar para investir naquilo que realmente me importa.

Isso é uma tendência que aponta para uma mudança de comportamento da sociedade e a forma como ela se relaciona com as coisas ao seu redor. É a relação entre posse e propriedade, em que a última vem perdendo relevância em relação a outra.

Bicicletas para aluguel são exemplo da economia compartilhada: você só precisa ter a posse quando precisa dela para se deslocar. Foto: Werther Santana/Estadão

Por se tratar de uma mudança de comportamento das pessoas, e que vem se acentuando a cada geração, entender esse conceito é importante para antever tendências de consumo que possam impactar direta e significativamente os negócios.

A evolução dos modelos de negócios devem ser constantes e principalmente devem acompanhar essas tendências e mudanças comportamentais, pois quem não consegue identificá-las e acompanhá-las inevitavelmente irá acabar ficando para trás. Grandes empresas desapareceram ou perderam sua relevância no mercado justamente por não se atentarem à essas mudanças comportamentais e de consumo.

E para você que quer iniciar o seu negócio a economia compartilhada pode ser uma aliada para tirar suas ideias do papel e começar a empreender. O uso de espaços compartilhados como escritórios, cozinhas, estúdios, plantas produtivas, entre outros, se torna uma alternativa para quem tempo pouco recurso para investir. Mas isso não dispensa um bom planejamento antes de iniciar!

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A economia compartilhada está só começando e as possibilidades são inúmeras dentro desse mercado.

E você vai ficar de fora dessa?

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