Maure Pessanha
12 de maio de 2022 | 15h30
Dentro da perspectiva da sustentabilidade como um imperativo para os negócios na contemporaneidade, as empresas de tecnologia verde que atuam com um recorte de clima estão alterando, rapidamente, o cenário mundial. Se há uma década reduzir o impacto ambiental da atividade era uma demanda desejável para as organizações, hoje os líderes enfrentam uma pressão global por parte de funcionários, clientes, investidores e parceiros de negócios para que passem a agir de forma decisiva em prol das questões ambientais e do desenvolvimento sustentável.
Na minha opinião, essa é uma oportunidade enorme para um novo pensar e fazer, mediado pelos empreendedores e pelas empreendedoras de negócios de impacto socioambiental. Isso porque podem conectar seus produtos e serviços com companhias que precisam de suporte efetivo para se ajustarem aos princípios do ESG (princípios sociais, ambientais e de governança).
Empresas de tecnologia verde e que atuam com um recorte de clima estão alterando rapidamente o cenário mundial. Foto: Noah Buscher/Unsplash
No estudo Construindo um negócio verde: lições de startups de sustentabilidade, a McKinsey & Company aponta que vivemos um ponto de inflexão. Primeiro, o preço do carbono está subindo enquanto o custo das energias renováveis continua caindo – o que torna essas soluções sustentáveis mais competitivas e, em alguns casos, mais baratas do que a energia tradicional.
Um segundo ponto é a pressão pública para tomarmos medidas decisivas para evitar a catástrofe climática, ou seja, precisamos de uma mudança real no comportamento das empresas para além dos discursos ambientalistas.
Como terceiro fator, o capital que está entrando e impulsionando o espaço da sustentabilidade. Encontrar startups e negócios de impacto social e ambiental que auxiliem as grandes companhias a fazerem a adequação a esse novo contexto tornou-se crítico para a sobrevivência das empresas. Hoje, é real o risco de serem deixadas para trás, enquanto os concorrentes constroem uma vantagem competitiva, figurando como “donos e construtores do futuro”.
Na leitura do estudo, achei bastante relevante o descritivo das características dos empreendedores que estão capturando as oportunidades:
Em linhas gerais, o estudo mostra claramente que existe um movimento marcado pela mudança da relação das empresas e do capital privado com o meio ambiente. Nesta nova lógica, a percepção é a de que o impacto ambiental deve caminhar atrelado à estratégia central do negócio. A externalidade ambiental negativa – que, antes, era mitigada – passa a abrir espaço para a geração de impacto ambiental positivo integrado aos negócios. O futuro integra, de maneira sistêmica e estratégica, a economia e o meio ambiente.
* Maure Pessanha é empreendedora e presidente do Conselho da Artemisia, organização pioneira no fomento e na disseminação de negócios de impacto social no Brasil.
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