PUBLICIDADE

Publicidade

Você é bom para julgar pessoas? Programa que analisa 'curtidas' do Facebook pode ser melhor

Aplicativos e programas fizeram parte de estudo realizado nos EUA

Por Deborah Netburn e Los Angeles Times
Atualização:

O que as pessoas dizem é que podemos julgar um livro pela sua capa, mas um novo estudo sugere que o computador pode julgar de modo preciso a sua personalidade analisando as coisas que você “curte” no Facebook.

::: Estadão PME nas redes sociais ::: :: Twitter :: :: Facebook :: :: Google + :: De acordo com o novo estudo, as avaliações do computador não são perfeitas, mas com frequência são tão boas quanto o julgamento da sua personalidade feito por seus colegas de trabalho, companheiros de quarto, amigos, membros da família. Somente o companheiro de uma pessoa consegue proeza igual à do computador, dizem os autores do estudo. Mas o conhecimento da nossa personalidade por nossas mulheres foi desenvolvido depois de anos de jantares, telefonemas e coabitação, ao passo que o programa de computador precisa de apenas alguns segundos e uma lista dos nossos “Curtir” no Facebook para chegar às mesmas conclusões. “Eu diria que como humanos, somos incríveis no julgamento de personalidades”, disse Michal Kosinski, psicólogo que trabalha no departamento de ciência da computação da universidade de Stanford e um dos três autores do estudo. “O que surpreende é que os computadores nos vencem no nosso próprio jogo usando um modelo simples e big data. De acordo com o modelo de computador, as pessoas que “Curtem” páginas como “Snooki” (uma espécie de Valeska Popozuda) ou o jogo Beer Pong mais provavelmente são mais extrovertidas e ativas, ao passo que aquelas que “curtem” “Doctor Who” e “Wikipédia” são mais tímidas e reservadas. Curtir a Bíblia e imagens sorridentes sugere que a pessoa é cooperativa ao passo que as que apreciam “Ateísmo” e “Chanel” são mais competitivas. “Quando examinamos os resultados, observamos alguns indicadores bem óbvios e outros que não conseguimos compreender sozinhos”, disse Youyou Wu, o primeiro autor do documento que trabalhou nesta pesquisa com o estudante PHD na Psicometrics Center na Universidade de Cambridge. Os dados do estudo constam do projeto myPersonality, aplicativo do Facebook projetado por David Stillwell da Universidade de Cambridge. Entre 2008 e 2012, seis milhões de usuários do aplicativo aceitaram participar de um extenso teste psicométrico em troca de informações sobre a sua localização no espectro dos cinco grandes traços de personalidade - abertura, percepção, extroversão, amabilidade e irritabilidade. O aplicativo myPersonality coletou informações de amigos dos participantes no Facebook que aceitaram responder a um questionário destinado a medir como a personalidade de uma determinada pessoa é vista por outras. Para este estudo, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences os pesquisadores usaram uma mostra de 86.220 pessoas do seu set de dados. Os autores iniciaram o estudo alimentando o computador com os “Curtir” no Facebook de algumas milhares de pessoas e informando a máquina a que suas personalidades se pareciam, baseado em testes que elas realizaram. O computador criou um modelo para saber como o “Curtir” corresponde a traços de personalidade, que os pesquisadores depois testaram com outro lote de “Curtir” no Facebook e traços de personalidade. Quanto mais uma pessoa “Curte” no Facebook, com mais exatidão o modelo de computador consegue discernir a personalidade dela. O computador precisou de apenas 10 Curtir no Facebook para julgar a personalidade de uma pessoa de modo mais acurado do que um colega de trabalho dela, 70 Curtir para avaliar melhor do que o julgamento de um vizinho, 150 Curtir para saber melhor do que um membro da família e 300 Curtir para saber tão bem sobre o indivíduo quanto a sua esposa. “Foi uma enorme surpresa observar que os computadores podem ser tão exatos quanto seu companheiro ou companheira”, disse Wu. “Sabemos por estudos anteriores que as pessoas que vivem juntas se conhecem realmente bem porque passam muito tempo juntos”. Ocorre que o computador é melhor no julgamento de alguns aspectos da nossa personalidade do que de outros. Ele pode ser muito bom para avaliar a abertura de uma pessoa, mas não tão bom para avaliar sua irritabilidade. “Abertura está ligada à arte e a poesia, ser liberal, e tudo isso fica muito visível no Facebook”, disse Wu. “Mas a irritabilidade está muito invisível na informação que as pessoas oferecem no ambiente digital”. Os pesquisadores entendem que um computador que é bom ou melhor do que nós para julgar os traços de personalidade de nossos amigos e entes queridos pode ser algo amedrontador para algumas pessoas. Wu e Kosinski observaram que a tecnologia em si é moralmente neutra, mas reconhecem que pode ser usada para prejudicar pessoas. “Pode ser uma avaliação de qualidade e barata sobre qual a carreira em que os talentos e os recursos de uma pessoa seriam mais aproveitados. Por outro lado você pode imaginar anunciantes usando o computador para criar mensagens de marketing às quais será difícil resistir.  

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.