Você contrataria uma babá por aplicativo de celular? Startup paulistana acredita que sim

Sócios fazem seleção de profissionais para superar desconfiança dos pais; intenção é gerar renda extra para as profissionais

PUBLICIDADE

Por Vitor Tavares
Atualização:
 Foto:

Você deixaria uma pessoa contratada por meio de um aplicativo cuidar do seu filho? O casal Luciana Pereira e Taric Andrade quer provar que sim. Apostando numa demanda pelos serviços de babás freelancers, os dois investiram no Click Babá, uma ferramenta pensada para aproximar professoras, pedagogas e enfermeiras a uma realidade de trabalho sob demanda e renda extra.

PUBLICIDADE

Para conseguir a confiança das famílias, os sócios acreditam em uma seleção apurada das profissionais que vão fazer parte dos credenciados do aplicativo. "A gente ficou refletindo sobre uma pergunta: 'onde a gente deixa nossos filhos e fica tranquilo?' A resposta foi na escola e, por isso, resolvemos reunir apenas profissionais da área",  comentou Luciana, que é psicóloga de formação. A decisão de incluir auxiliares de enfermagem e enfermeiras veio de uma desenvolvedora do aplicativo, que tinha um filho com necessidades especiais e deu a sugestão ao casal.

No ar desde o início de 2016, atualmente o Click Babá funciona apenas em São Paulo, com 80 profissionais cadastradas, de um total de 6 mil pedidos. O aplicativo faz uma seleção rigorosa, que inclui análise de currículo, de referências, entrevista online e dinâmica de grupo presencial. "Não é pra ser uma babá que deixa a criança em frente à TV, mas uma profissional experiente, que trabalhe o desenvolvimento, faça atividades lúdicas...", falou Taric Andrade.

A ideia do aplicativo partiu da própria necessidade do casal de executivos, que, com duas filhas pequenas, estava enfrentando dificuldade de sair um pouco da rotina e viver como marido e mulher. "A gente não conseguia jantar, ir ao cinema nem ficar até mais tarde do trabalho porque a gente tinha que estar em casa para cuidar das crianças", destacou Luciana. Isso foi há cerca de dois anos, tempo que o casal usou para estudar o mercado e investir R$ 300 mil para desenvolver a ferramenta.

Até agora são mais de 1,6 mil famílias cadastradas no aplicativo. Quando os pais solicitam o serviço,  eles recebem o orçamento das profissionais já aprovadas na seleção e que estão num raio de 20 quilômetros de distância. Uma dessas profissionais é a pedagoga Gabriella Pinheiro, de 22 anos, usuária da ferramenta há dois meses. Depois de sair de um emprego temporário em uma escola em São Paulo, ela conheceu o aplicativo e resolveu aderir ao serviço.  Em dois meses, já fez 22 atendimentos - de crianças de 2 meses a 8 anos - e fatura, em média, R$ 300 por semana.

Os valores cobrados pelo atendimento são combinados entre as famílias e as babás, mas há uma margem de R$ 20 a R$ 55 por hora. Durante o processo de admissão, as babás passam por uma orientação do quanto devem cobrar, levando em consideração a distância e o período do serviço. O aplicativo cobra uma comissão de 20% no valor da babá, e os pagamentos são feitos apenas dentro da ferramenta, por meio do paypall. De acordo com o casal investidor, a expectativa é que, em 18 meses, consigam recuperar o valor investido na ferramenta.

Assim como outros aplicativos de prestação de serviço, após o atendimento, tanto os profissionais quanto as famílias são avaliados, para servir como base na hora de oferecer ou contratar um serviço. A previsão do aplicativo é que, em curto prazo, alcance o número de 9 mil pais cadastrados, chegando às cidades do Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.