Criado para aproveitar o carinho que os fãs demonstram pelas empresas nas redes sociais, o sistema de vendas no Facebook ainda engatinha. O termo F-commerce, aliás, muitas vezes é confundido com a estratégia de marketing de divulgar os produtos por meio desta rede social. Apesar de não estar totalmente errada, essa definição deixa escapar a principal novidade: a total integração da loja no site criado por Marl Zuckerberg.::: Siga o Estadão PME nas redes sociais ::::: Twitter :::: Facebook :::: Google+ :: As primeiras opções de aplicativos nacionais foram criadas apenas ano passado, apesar do sistema existir desde 2009 nos Estados Unidos e Europa. Na época que a novidade apareceu, os empresários correram para abrir uma espécie de filial de suas lojas virtuais no Facebook. A empolgação durou pouco e muitas marcas simplesmente desistiram da ideia. Para Flavio Berman, sócio-fundador da Elike, empresa especializada em F-commerce, muitas estratégias usadas eram primárias e ignoravam as particularidades da rede social. “Um erro é achar que basta transpor o e-commerce tradicional para a fanpage para que as vendas aconteçam automaticamente. É preciso fazer barulho no mural.” O número de fãs que a empresa consegue mobilizar na internet é essencial para o sucesso nas vendas. Por isso, há especialistas que defendem que esse tipo de comércio é viável apenas para grandes empresas. O negócio administrado por Berman, por exemplo, só atende empresas com relevância no mercado e mesmo assim após avaliação cuidadosa de cada caso. Entre seus clientes estão a marca de lingerie Hope, a Enoteca Fasano e a operadora de celular Vivo. Berman justifica a seletividade da empresa com a vontade de realizar o melhor trabalho possível de forma personalizada. “Cada marca tem uma demanda específica e uma preocupação grande sobre essa loja no Facebook." Foi para tentar levar essa ferramenta para os pequenos e médios empresários que a startup Novelo foi criada em 2011. Michelle Veronese, co-fundadora da empresa, acredita que o f-commerce é muito interessante para empresas de grandíssimo porte, mas ressalta que o foco nesses casos é bem específico. “É parte de uma estratégia menos focada em ter lucro e mais interessada em agradar o consumidor, mostrar que ele tem uma relação especial com a marca”, explica. Para os pequenos e médios empresários, as vantagens são outras, como por exemplo o preço. Os aplicativos que permitem criar as lojas são gratuitos, têm interface amigável e são uma alternativa para vender online, economizando com programação, manutenção e propaganda. “Os pequenos e médio empreendedores não têm todo esse dinheiro. Toda a estrutura básica já está feita no Facebook. É uma mina de ouro para os empreendedores que sabem que é importante vender pela internet. E basta configurar a loja”, conta a sócia da Novelo, que já tem mais de 2 mil clientes em quase um ano de existência. Sua loja na rede Ao decidir adotar o sistema de f-commerce, o empresário primeiro deve criar uma fanpage para o seu negócio, que é diferente do que criar um perfil. O perfil agrega amigos, a fanpage é a página própria da loja e agrega fãs, as pessoas que “curtem” a página. Depois, deve-se escolher um dos aplicativos disponíveis, que podem ser encontrados em uma busca rápida na rede social. Para o empresário, a loja é apresentada como uma plataforma de vendas. Para o usuário, a loja é um aplicativo que ele permite o acesso em seu perfil. Na Novelo, o serviço é gratuito para lojas com até 30 produtos, para lojas a partir desse número é cobrada uma taxa de R$ 16, valor que varia de acordo com a quantidade de objetos em ofertas e funcionalidades disponíveis, como estatísticas. Para abrir a loja pela Elike é preciso entrar na fila de avaliação da empresa. Como suas lojas são mais complexas e personalizadas, o processo é mais demorado. Os preços variam de acordo com o projeto entre loja básica, loja com sistema de controle integrado e loja customizada e são disponíveis sob consulta. Facebook de olho nos pequenos Recentemente, o Estadão PME conversou com Grady Burnett, vice-presidente global de marketing do Facebook. O executivo afirmou, por exemplo, que a empresa acredita no poder dos pequenos negócios e que o Facebook continuaria estimulando a participação dessas empresas na rede social. "Nossa empresa está sediada na Califórnia, mas havia muita curiosidade e animação sobre o que estava acontecendo na América Latina e Brasil. Nós abrimos um escritório no País, tivemos um bom crescimento e eu quis ver de perto, conversar com clientes", afirmou Burnett.