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Varejo reduz dependência de shopping

Franquias se estabelecem em outros espaços, como condomínios e hotéis

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Por Letícia Ginak
Atualização:
Posto Ipiranga Stop Center, na avenida Pompeia, com diversas redes de franquia. Foto:José Luis da Conceição/AE Foto: José Luis da Conceição/AE

Apontada por consultores do ramo e por pesquisas realizadas pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), o surgimento de novos pontos de venda para além do shopping center já é uma tendência consolidada do varejo brasileiro. São condomínios residenciais e comerciais, universidades, clubes, hotéis e até hospitais que cedem parte de seu espaço para a instalação de redes de comércio e serviços. 

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“Em uma universidade é possível ter de 5 mil a 10 mil pessoas circulando por dia, por exemplo. Muitas vezes o franqueado não tem esse fluxo em determinadas lojas de rua”, destaca o coordenador de marketing do Insper, Silvio Laban. 

O surgimento desses modelos é reflexo da evolução do consumo, acredita a consultora de varejo e franquias Ana Vecchi. “Essa mutação é natural e necessária. Significa uma adequação de mercado e não necessariamente tem relação com a crise que vivemos nos shoppings centers, com o alto número de fechamento de lojas”, afirma.

O presidente da Cherto Consultoria, Marcelo Cherto, alerta que o importante é estar perto do consumidor. “Buscar novos formatos é sempre válido, mas é preciso focar no cliente final, ele tem de estar ali. Existem vários locais de circulação para serem explorados e a franquia deve acompanhar isso. Hoje, é possível ter de loja móvel até duas lojas dentro do mesmo espaço, como o ‘cobranding’, cada vez mais comum nos Estados Unidos. Nesse formato, existe apenas um gerente e uma área de armazenagem, como vemos em postos de gasolina aqui no Brasil”, destaca.

:: Recessão fortalece marcas tradicionais :: 

Online. Além da loja física ganhar fôlego em novos espaços, o presidente da consultoria Práxis Education, Adir Ribeiro, reforça as oportunidades para lá de consolidadas no ambiente digital, o e-commerce. “Não há mais possibilidade de fugir da integração entre o modelo online e o offline”, destaca o executivo.  Cherto, por sua vez, analisa que há hoje pelo mercado opções de integração entre essa loja física e varejo virtual com baixo custo de operação. 

“O comércio físico não precisa mais ter o estoque todo dentro de uma loja, mas, sim, atuar apenas como se fosse um ponto de experimentação, onde o cliente prova uma roupa, por exemplo, mas não sai com ela da loja. A compra é feita efetivamente no varejo online”, completa. 

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Setor sênior e capacitação profissional são destaque

Da adequação aos novos ambientes e formas de trabalho ao aumento da população acima dos 60 anos, as mudanças globais de comportamento apontam alguns novos caminhos para o mercado de franquias. Para o consultor Marcelo Cherto, uma temática que merece atenção é a qualificação profissional, proporcionada pelo convívio com outros profissionais em espaços inovadores. 

“Ambientes que favorecem o networking, como os coworkings, devem receber atenção. Hoje a qualificação profissional não é feita apenas por meio da educação, mas também pelo contato entre profissionais”, diz. 

Outro segmento importante e praticamente inexplorado no Brasil é o mercado voltado para os maduros. “As pessoas estão envelhecendo de forma mais ativa e não existem produtos e serviços para elas”, destaca Cherto. 

Para a consultora Ana Vecchi, entre as tendências também estão as microfranquias, mas é preciso ter cautela ao adquirir uma unidade do tipo. “Mesmo micro, não existe franquia barata”, pondera. 

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