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Turista 4.0 exige renovação das PMEs

Presença digital e oferta de experiências que levem o viajante a se sentir um morador são os desafios atuais do setor

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Por Letícia Ginak
Atualização:
Rede. Cerca de 90% das empresas envolvidas no setor de turismo são PMEs, de acordo com o Sebrae. Foto: Fabio Motta/Estadão Foto: Fabio Motta/Estadão

O fácil acesso e disseminação da informação levaram o turista a procurar por experiências únicas, que fujam de clichês e de pacotes de viagem genéricos sem nenhum tipo de personalização. Em 2017, o Google registrou 1 bilhão de buscas relacionadas a viagens e 56% delas foram feitas em smartphones. Revela-se então o grande desafio das pequenas e médias empresas do setor: atender a um turista altamente conectado e que anseia sentir-se como um local. 

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Cenário. Uma das ferramentas mais importantes para auxiliar as PMEs a atenderem o perfil do turista moderno é a análise de dados. De acordo com a TGI Ibope, 85% dos viajantes brasileiros têm acesso à internet, o que corresponde a 53,6 milhões de turistas conectados. Uma pesquisa da Euromonitor Brasil indica que em 2017, pela primeira vez, metade das vendas referentes à hospedagem foram feitas de forma online. A presença digital dos negócios mostra-se estratégica. 

Sobre o comportamento financeiro do turista, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) revela que adeptos do Airbnb, plataforma comunitária de hospedagem, gastaram, em média, três vezes mais no comércio local em comparação a viajantes que se hospedam em hotéis. 

O próprio Airbnb realizou uma pesquisa com hóspedes que estiveram no Brasil e mostrou um ambiente favorável para as PMEs. Cerca de 75% das acomodações do Airbnb ficam localizadas fora do eixo turístico tradicional, o que favorece a movimentação do comércio e serviços oferecidos. A empresa ainda mostra que mais da metade do tempo dos hóspedes durante a estadia é gasto em compras locais, nos bairros. 

“Estamos falando do viajante 4.0, altamente preparado, imediatista e que busca por experiências marcantes. É a transformação digital no turismo”, diz a especialista em turismo e marketing digital Marta Poggi durante o Summit Turismo, evento do Sebrae Nacional, Ministério do Turismo e Embratur, realizado no início do mês em Brasília (DF). 

Caio Martins de Andrade, criador do Instaviagem. Foto: Gabriela Bilo/Estadão Foto: Gabriela Bilo/Estadão 

Personalizado. Customização e comodidade foram os aliados na formatação da Instaviagem, empresa fundada em maio de 2017. Por meio de um questionário online, o cliente oferece informações do que ele busca conhecer ou fazer durante a viagem. O passo seguinte é pagar por um roteiro personalizado. O destino? É revelado apenas dois dias antes da data. 

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“O que as pessoas estão comprando com o Instaviagem, na verdade, é uma experiência única com facilidade. Percebemos que uma série de micro decisões, como onde se hospedar e pesquisa de preços de passagens, faziam com que as pessoas viajassem menos”, diz o CEO, Caio Andrade. 

Para aumentar o volume de vendas, Andrade conta que a empresa está focada em viagens curtas. “As pessoas não viajam aos finais de semana porque dá muito trabalho. Estamos aqui para facilitar esse processo”, completa. 

Como dificuldades para a consolidação do negócio, o CEO aponta a falta de estrutura em mobilidade, comum em muitas cidades do País. “Os clientes podem escolher viajar de ônibus. Mas, quando iniciamos a montagem do roteiro, identificamos que muitos itinerários não são possíveis pela falta de malha. E o Brasil também não trabalha com aviação de baixo custo.” 

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Coletivo. Com o objetivo de fortalecer a cidade mineira de Tiradentes como destino romântico, histórico, religioso e ecológico, 52 empreendedores do município se reuniram no coletivo Tiradentes Mais. “Sozinho ninguém tem condição financeira e nem perna para divulgar a cidade”, afirma uma das participantes, Rejane Cunha, dona do restaurante CasAzul Bistrô. 

Para impulsionar a cidade e driblar a crise financeira, que impactou no faturamento das empresas, os membros do Tiradentes Mais contrataram uma agência para cuidar do marketing e do financeiro do coletivo. “Pretendemos fazer ações e promoções da cidade com diferentes focos. Tenho o bistrô há nove anos e percebo a mudança de público. Precisamos nos abrir para isso. Estou gostando de ser obrigada a me renovar como empreendedora”, conta

Preste atenção. Países criaram ações de marketing para entrar na lista de destinos desejo de turistas e impulsionar a receita do setor.  1. Espanha: a cidade de Benidorm usa big data para melhorar a oferta local de atrações.  2. Holanda: Amsterdã tem áreas de selfie zone, com o objetivo de movimentar regiões específicas.  3. Suécia: foi criado um número de telefone em que um morador atendia o turista para explicar a cultura do país. 

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