
27 de fevereiro de 2013 | 06h31
O sistema de saúde brasileiro avança em muitas frentes. Mas deixa a desejar em outras. É nesse ponto que Ana Maria Malik, coordenadora do Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da Fundação Getúlio Vargas (FGV), vislumbra oportunidades para empreendedores. “A parte de sistemas de informação requer investimentos e tem sido alvo de muitas empresas”, destaca ela.
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Acompanhe a entrevista abaixo.
Estadão PME - Quanto movimenta o setor de saúde hoje no Brasil?
Ana Maria Malik - Esse é um setor que movimenta muito dinheiro. Os números são muito pouco confiáveis, muito pouco exatos, mas se pensarmos nos dados que a gente costuma trabalhar, é algo na ordem dos trilhões de reais. Antigamente, o orçamento público era mais representativo. Hoje, não, ele não representa mais que 50% desse total.
Estadão PME - Esse é um mercado interessante para o pequeno empresário?
Ana Maria Malik - Eu estive em um evento para avaliar o projeto de empreendimento no setor de saúde e fiquei abismada com a quantidade de ideias. A gente pode ver que tem uma série de coisas novas e boa parte delas voltada para área de sistemas de informação. Eu falei outro dia que nós temos uma medicina do século 21, num sistema de saúde organizado assumindo que a realidade ainda é do século 20 e uma gestão do século 19. E nessa área de gestão do século 19, uma das coisas que é mais século 19 mesmo é a parte de sistemas de informação.
Estadão PME - Até que ponto a regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cria barreiras para o empreendedor da área?
Ana Maria Malik -Eu sou uma pessoa otimista e quero crer que a Anvisa defenda os interesses do cidadão. A Anvisa tenta evitar que produtos mirabolantes entrem no mercado sem qualquer tipo de fundamento cientifico. Agora, com a quantidade de coisas que entram no mercado, eles dizem que estão mais preocupados com coisas que fazem mal do que com as que sejam inócuas.
Estadão PME - Os espaços deixados pelo SUS são os mais atrativos para investimentos?
Ana Maria Malik - Tem coisas que as pessoas querem ter e que o SUS não consegue ofertar. E não adianta a hipótese da judicialização, o estado tem mais o que fazer. Empreendedores podem entrar nesse nicho. Mas são nichos que são mais específicos.
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