29 de outubro de 2014 | 06h58
Fenômeno da economia criativa, o grupo de humor Porta dos Fundos é prova viva do potencial financeiro da internet para o setor. Em dois anos de atividade, o canal mantido pelos artistas no YouTube é seguido por 9,1 milhões de inscritos e tem 1,2 bilhão de visualizações.
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Segundo o SocialBlade, site que mede a audiência do YouTube, a projeção de faturamento com publicidade espontânea do grupo deve movimentar cerca de R$ 6,9 milhões até outubro do ano que vem. Cifras que certamente vão engrossar com chegada da marca à TV. Desde o dia 7 de outubro, as esquetes do grupo são exibidas pela Fox.
Os vídeos, entretanto, são os mesmos da internet, o que desagradou parte dos espectadores. “A TV cria uma relação diferente com o espectador”, defendeu Antonio Tabet, roteirista e um dos fundadores do grupo, horas antes de o primeiro programa ir ao ar. “Você reúne as pessoas para assistir com você, comenta com elas, vê coisas que na tela diminuta do seu tablet não tinha enxergado.”
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Segundo Tabet, a ideia do grupo é fazer o ‘poste urinar no cachorro’, ou seja, inverter a ordem tradicional onde a televisão produz conteúdo novo e depois joga na rede. “Queremos que a TV compre o que a gente tem a oferecer, e se não quiser, a gente põe na internet”, disse.
Para atingir esse novo patamar, eles contrataram a argentina Juliana Algañaraz, diretora geral da Endemol, para comandar a profissionalização da empresa. Com ela à frente dos negócios, o grupo de artistas quer expandir a produção para novas séries, mas também filmes e outros produtos, como desenhos animados.
E enquanto essa nova fase não chega, eles continuam lucrando com as empresas que os procuram para ações pontuais. Segundo Ian SBF, diretor dos vídeos e cofundador da Porta do Fundos, desde o início, com o caso Spoleto, a principal fonte de receita do negócio é o marketing indireto e episódios pagos. Em 2012, o grupo publicou uma paródia da rede de restaurantes e, depois, foi contratado pela franqueadora de fast-food para um novo vídeo, voltado ao reforço de marca.
:: Preste atenção ::
Demanda
A Porta dos Fundos conheceu o lucro ao apostar num modelo de receitas com episódios pagos.
Produção
Hoje, o grupo segura a audiência média de 9,1 milhões de pessoas com três vídeos por semana.
Marca
A cervejaria Itaipava foi a 1ª parceira a investir em ações de marketing indireto.
Web
Fiel às origens, o negócio estreia na TV, mas mantém o foco em sua presença virtual.
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