
12 de novembro de 2015 | 08h06
As startups que buscam aceleração para viabilizar seus negócios são, essencialmente, formadas por equipes pequenas, buscam investimento embrionário, o chamado seed money, e dedicam cada vez mais o serviço prestado para o impacto social. Essas são as conclusões da pesquisa "Empreendedores de Impacto", realizada a partir de uma parceria entre a organização Artemísia e a consultoria especializada em startups Dín4mo e obtida em primeira mão pelo Estadão PME.
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O levantamento considerou o cenário descrito por 1200 startups que procuraram a Artemísia no último ano em busca de aceleração. Em sua maioria, 58% dos casos, são empresas embrionárias lideradas por empreendedores nível educacional elevado (pós graduação, mestrado ou doutourado), que pretendem recuperar o investimento inicial em até cinco anos de funcionamento.
Chama a atenção as empresas que não se declaram endividadas, o que acontece em 67% dos casos. Para o sócio-diretor da Din4mo e coordenador da pesquisa Haroldo Torres, esse dado é preocupante, pois sinaliza que há poucas opções para captação de recursos para projetos incipientes.
"E natural que startups em geral sejam empresas muito pequenas. O ponto é que não há oferta de créditos para essas iniciativas no Brasil. Então, começa a surgir uma discussão, que é a demanda por outros recursos", pontua Torres.
Diante da dificuldade de captar investimento pelas formas tradicionais, o financiamento coletivo, ou crowdfunding, aparece pela primeira vez entre opções de captação para startups, em 4% dos casos dos que buscaram investimento. Pode parecer pouco, mas Torres considera significativo.
Modalidades como o peer to peer lending, empréstimo sem intermédio de um banco ou insituição financeira, e equity crowdfunding são destacadas pelo consultor como uma tendência. "Para esses mecanismos reduzem muito o custo de tomar dinheiro. Na perspectiva do investidor, ele pulveriza o investimento em vez de concentrar em uma única iniciativa. Com isso, dilui os riscos", define.
"O mercado financeiro é muito concentrado no Brasil, grandes clientes têm preferência. Nunca se desenvolveu de verdade um mercado sofisticado nesse sentido", analisa o consultor.
Pesquisa. O estudo "Empreendedores de Impacto", realizado em parceria entre a Artemisia – organização pioneira no Brasil no fomento e aceleração de negócios de impacto - e a consultoria Din4mo, será apresentado ao público nesta quinta-feira.
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