Startup quer transformar lixo eletrônico em ouro nos Estados Unidos

O negócio captou pelo menos US$ 35 milhões para construir uma unidade de processamento de sucata

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Computadores, placas eletrônicas e celulares que são jogados no lixo comum e alimentam aterros em todas as regiões do mundo podem gerar lucro. Isso é o que pensa uma empreendedora nos Estados Unidos que fundou uma startup para extrair minérios como cobre, prata e ouro desse 'e-lixo', como ela classifica esse tipo de material descartado.

PUBLICIDADE

::: Estadão PME nas redes sociais ::: :: Twitter :: :: Facebook :: :: Google + ::

Priv Bradoo é a fundadora e presidente da BlueOak Resources, uma startup sediada em Burlingame, cidade do estado norte-americano da Califórnia. A empresa foi fundada em 2011, mas só deve começar mesmo a atuar no ano que vem. Sua primeira refinaria está sendo construída em Osceola, no estado do Arkansas. A previsão que a obra seja concluída em 2015 e a operação inicie em seguida, com capacidade para processar aproximadamente sete mil toneladas de sucata por ano.

 

Esse modelo de negócio atraiu o interesse de investidores, como o grupo de venture capital Kleiner Perkins Caulfield & Byers (KPCB), que participou da primeira rodada de aportes em 2011. Mais recentemente a BlueOak Resources levantou US$ 35 milhões, equivalente a R$ 78,2 milhões, do Fundo de Aposentadoria dos Professores de Arkansas e do Arkansas Development Finance Authority. O dinheiro, segundo reportagem publicada no site da Wired, será empregado na construção da sua unidade em Osceola.

A reportagem da Wired destaca que uma grande quantidade de lixo eletrônico do mundo é recheada com metais valiosos como ouro, prata e cobre. A matéria cita que uma tonelada de placas de circuito pode ter de 40 a 800 vezes mais ouro do que uma tonelada de minério extraído, isso de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency).

Já existem usinas de reciclagem em diversas regiões como Europa, Ásia e Canadá, mas Bradoo diz que há uma lacuna no sistema. Ela contou à Wired que muitas dessas fundições lidam apenas com grandes quantidades de sucata, mas que alguns 'catadores' menores ou cooperativas que recolhem a sucata (nos Estados Unidos) não podem enviar seu 'lixo' para fora do país ou para essas grandes empresas de reciclagem, e esse foi o nicho que ela encontrou.

Bradoo está fechando parcerias com essas empresas menores que captam sucata para que elas façam um processamento inicial, separando peças que contêm metais de alto valor para a BlueOak Resources. Depois que o material precioso for extraído e vendido, a empresa promete repassar parte dos lucros para seus fornecedores.

Publicidade

Experiência. A empresária Priv Bradoo não investe nesse negócio sem conhecimento. Ela já traz experiência na bagagem, sendo que atuou como vice-presidente de desenvolvimento de negócios em uma startup que transforma gases de resíduos tóxicos de fábricas em combustível, a LanzaTech. Bradoo também foi conselheira de professores da Singularity University, uma organização educacional para empresários 'socialmente conscientes'. Foi lá, inclusive, que ela conheceu o seu atual sócio, Bryce Goodman.

 

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.