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Startup brasileira exporta tecnologia 3D para aulas de anatomia

Com resistência do mercado nacional, empresa mira em instituições de ensino nos Estados Unidos e México

Por Vivian Codogno
Atualização:

Há tempos o uso de cobaias vivas de animais e cadáveres é questionado para o aprendizado da medicina ao redor do mundo. A discussão chegou ao Brasil e o empresário Claudio Santana, que já foi diretor de hospital, identificou nesta dor uma oportunidade de negócio. À frente da startup Csanmek, ele já conseguiu movimentar R$ 2 milhões em negócios com uma plataforma 3D que promete digitalizar por compelto o corpo humano e, assim, o ensino da anatomia.

Com a proposta de desenvolver uma tecnologia 100% nacional -- já que existem algumas propostas como a de Santana sendo desevnolvidas em países como Estados Unidos e Suécia --o empreendedor chegou a vender um terreno, dois carros e pegar um empréstimo, tudo em esfera pessoal, para conseguir levantar os R$ 500 mil necessários para desenvolver o primeiro protótipo do simulador 3D, que hoje já foi adotado, dois anos depois, por 20 instituições de ensino. 

Claudio Santana manipula sistema em 3D desenvolvido pela Csanmek Foto: Manu Oristanio/Divulgação

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A proposta de Santana, agora, é extrapolar as fronteiras nacionais e os primeiros contratos de exportação já foram fechados com Estados Unidos, México e Peru. Há negociações também com Paraguai e Argentina. O tablet de 75 polegadas promete, além de reproduzir o corpo humano e permitir a visualização em 360º, transformar imagens de pacientes em 3D. 

"O único ganho para o aluno em estudar utilizando o cadáver é o ganho psicológico. O aluno que não tem esse contato tende a ter alguns problemas quando se defronta com um paciente", pontua Santana. "A princípio, os professores são reticentes. Mas eles descobrem que a nossa ferramenta pode trabalhar ao lado do cadáver. Dissecou, olhou, volta para a mesa de descobre como aquela peça funciona. Ele complementa qualquer cenário", explica o empresário. 

Por não ter concorrentes no Brasil, Santana conta que a tecnologia nacional causa certo estranhamento para possíveis clientes. "Há uma descrença do brasileiro em relação ao que é nacional. Estrangeiros aceitam melhor e os brasileiros chegam a pagar o dobro pelo mesmo produto, só que importado", avalia. Cada sistema custa entre R$ 200 mil e R$ 400 mil.