12 de abril de 2013 | 07h15
Se uma empresa ganha mais espaço quando atende em cheio a demanda do consumidor, então, o mercado do bem-estar é uma aposta quase certa. Por isso, para amenizar o impacto da correria dos grandes centros, os spas urbanos surgem como alternativa de combate ao estresse e ajudam a puxar o crescimento do setor, que movimentou R$ 370 milhões no ano passado. O número faz parte de levantamento feito pela Associação Brasileira de Clínicas e Spas (ABC Spas) para mapear o segmento composto por mil estabelecimentos.
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“É um mercado em crescimento e que está relacionado com a mudança de hábito do brasileiro na busca pela qualidade de vida. As pessoas buscam desacelerar de vez em quado”, observa o diretor de marketing da associação, Antonio Novaes.
De acordo com a entidade, 88% dos spas registram faturamento de até R$ 40 mil por mês. E entre as categorias do segmento, o spa urbano é o modelo que ganha cada vez mais destaque. Caracterizados por serviços prestados em períodos curtos, os estabelecimentos atendem, em média, 11 clientes todos os dias – 40% dos atendimentos ocorrem aos sábados.
Com dez anos de experiência, o Kabanah Spa, localizado nas proximidades do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, está bem acima dessa média e realiza até 45 atendimentos diários. A empresária Marilia Estelita iniciou o empreendimento quando a imagem do spa estava relacionada apenas ao emagrecimento.
Mesmo diante desse cenário, ela conseguiu crescer colocando em prática um modelo de negócio que incluía serviços de relaxamento e estética. “Usamos técnicas para o cliente ter a sensação que não está em São Paulo. Além do ambiente, todos os tratamentos são inspirados em viagens.”
Marilia não foca o atendimento do spa Kabanah em um público específico. Pelo contrário. Ela tem tratamentos para amigas, casais, gestantes e até para crianças, nesse caso com massagem hidratante de chocolate e degustação de milk shake. “A ideia é que as pessoas tenham a experiência juntas.”
E se você pensa em começar a empreender nesse segmento, saiba que as melhores datas estão relacionadas com a mulher – o próprio 8 de março, além do Dia das Mães, por exemplo. Para resolver um problema do setor nos meses de menor procura, abril e setembro, a associação promove também o Spa Week. Desde 2009, o evento ocorre duas vezes por ano.
A ação é uma forma de incentivar o consumidor a frequentar os spas com descontos que ultrapassam 50%. Neste semestre, o evento ocorre entre os dias 13 a 27 em seis estados e vai contar com a participação de 200 estabelecimentos. A expectativa é atender mais de 10 mil pessoas.
A pesquisa feita pela associação com o público da Spa Week em edições anteriores aponta que 67% dos clientes praticam esportes. “O spa está próximo de outras tendências, como a alimentação saudável e a prática de atividade física”, observa o diretor da ABC Spas.
Na divisão por gênero, as mulheres representam 81% dos frequentadores da semana dedicada ao bem-estar. “Apesar de existir o estigma de que spa é coisa de mulher, o público masculino é grande. O homem é um cliente importante. No momento em que ele encontra o que procura, dificilmente vai ficar experimentando outros spas.
Já a mulher tem um comportamento mais aberto à experimentação. Basta uma amiga dizer que um lugar é bacana que ela vai lá experimentar”, afirma Novaes.
Orientação. Para quem se interessou em abrir um spa urbano, o diretor da ABC Spas indica que o segmento tem características marcantes. “Trata-se de um negócio regional. Ninguém vai atravessar uma cidade como São Paulo para ir ao spa. Só em situações pontuais. O cliente habitual vai ao spa próximo ao trabalho ou perto de onde mora”, destaca.
Por isso, a divulgação intensa na região onde está localizado o empreendimento é essencial – o especialista recomenda ainda parcerias com empresas, condomínios e academias. E o empresário, claro, não pode se esquecer da divulgação na internet.
Agora, da porta para dentro, o empresário vai precisar mesmo é de muita disciplina com a gestão e cuidado especial com as finanças, afinal, ele vai administrar um negócio com custos altos e margens apertadas. Outro desafio, comum para outros negócios, é com a mão de obra.
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