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Soluções para melhorar gestão de catadores avançam

País tem entre 800 mil e 1 milhão de catadores, que respondem por cerca e 90% dos materiais reciclados

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Por Bianca Zanatta
Atualização:

O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) calcula que haja entre 800 mil a 1 milhão de catadores em atividade no Brasil. Estima-se que essa parcela da população seja responsável pela coleta seletiva de 90% dos materiais reciclados no País. Apesar da importância da atuação, no entanto, são pessoas que convivem com péssimas condições de trabalho e sofrem com a baixa remuneração se comparada ao valor dos serviços para o meio ambiente.

Como trabalhadores autônomos que ganham pelo tipo e pela quantidade de resíduo coletado, os catadores têm pouco conhecimento para uma organização efetiva do trabalho em aspectos como gestão e logística. Para resolver esse problema, a Tese de Impacto Socioambiental em Reciclagem traz exemplos de negócios que focam em melhorar as condições de trabalho e o aumento de renda dos catadores. 

No Cataki, os profissionais se cadastram em um aplicativo, informando a região onde atuam e que tipos de resíduos coletam para gerar um perfil profissional. Foto: Pedro Oliveira

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No caso da Cataki, os profissionais se cadastram em um aplicativo, informando a região onde atuam e que tipos de resíduos coletam para gerar um perfil profissional. A partir daí, os consumidores negociam e contratam de maneira direta os serviços.

Esse também é o modelo de negócio da Você Recicla, que facilita a reciclagem de papel, metal, alumínio, plástico, óleo vegetal e eletrônico para pessoas físicas. Após se cadastrar na plataforma, elas só precisam separar e limpar os resíduos, marcar hora e data e esperar pelo coletor da empresa. Por meio do sistema, os profissionais registrados conseguem ter aumento de renda, fazer a gestão logística e de horários e ainda receber capacitações profissionais com treinamentos e workshops.

Outro exemplo que se destaca é o da Green Mining, que aposta em tecnologia de logística reversa eficiente para recuperar embalagens pós-consumo de empresas, realizando toda a rastreabilidade da cadeia. Lá, o maior diferencial é a contratação dos catadores. Com carteira assinada, eles passam a receber por hora trabalhada e não pela quantidade de material coletado para ajudar na operação. Além disso, usam transportes não motorizados, como triciclos, para evitar a emissão de dióxido de carbono.

Estilo Google

Outra oportunidade está nas cooperativas que conseguiram se profissionalizar e otimizar a gestão e a eficiência de suas operações. Uma delas é a Recifavela, que adotou um modelo de gestão de trabalho por meio de tecnologia, metas, horários flexíveis e ganho por produção, inspirada em empresas como o Google. O modelo possibilitou que a renda dos cooperados chegasse a quase R$ 3 mil por mês.

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Segundo o fundador Cristiano Cardoso, ex-camelô e morador da favela da Vila Prudente, a cooperativa nasceu em 2007 para criar postos de trabalho para os catadores da comunidade. Antes da pandemia, a Recifavela funcionava 24 horas e os 50 cooperados podiam trabalhar no horário e o tanto que quisessem, chegando a separar e embalar 120 toneladas mensais de material reciclável. Através de um aplicativo, eles sabiam o quanto tinham produzido e o quanto iriam ganhar e podiam se programar caso quisessem ir além. 

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