
30 de julho de 2015 | 07h18
O setor de franquias sentiu o impacto do desaquecimento da economia e, atualmente, é difícil encontrar marcas que entregam margens que superem aplicações financeiras tradicionais, como os títulos de Tesouro Direto, CDB e até os planos de previdência privada. Por uma conjunção de fatores, no entanto, algumas opções ainda resistem à maré baixa dos negócios e, pelo menos por hora, seguram margens líquidas na casa dos 15% a 20%.
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Segmentos como o de serviços ligados à saúde, como os de odontologia e fitness, cosméticos e franquias de alimentação ainda resistem, embora com rentabilidade menor. Em sentido oposto, áreas de varejo, moda e turismo estão bastante afetadas pela crise.
Mas a análise não pode se restringir a apenas ao setor de atividade. Existem diferenciais entre as marcas que podem determinar ou não o resultado de uma operação atualmente. Um exemplo disso está nas redes de academia de ginástica. O ramo é conhecido por trabalhar com margens apertadas, principalmente em função do custo de captação de alunos e de aquisição, manutenção e depreciação de equipamentos. Por menos de R$ 1,5 milhão é muito difícil equipar uma academia média atualmente e o desgaste do material é alto.
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Economia já adia o sonho de empreender
Nesse sentido, chama atenção a estratégia desenvolvida pela rede Fórmula, que concorre no mercado de baixo custo com 40 unidades – 22 próprias. Para melhorar a lucratividade dos investidores, a marca decidiu comprar os equipamentos e locar para os franqueados por cinco anos, quando são trocados por uma nova versão. “O aluguel é mais ou menos R$ 36 mil ao mês. Foi fundamental para melhorar os resultados para os investidores”, conta Mario
Esses, diretor-geral da Fórmula. Segundo ele, hoje a taxa interna de retorno do investimento para uma unidade da academia, que custa R$ 2 milhões, gira em torno de 25%. “Queremos atrair para nossa base de franqueados o investidor ou grupos de investidores, gente que poderia colocar o dinheiro no mercado financeiro, mas quer um retorno superior”, conta Esses.
Já a marca de semijoias carioca Mapa da Mina, com dez unidades, aposta no modelo de verticalização para tentar assegurar lucros mais interessantes justamente em um setor que sofre com o contingenciamento no orçamento do consumidor. “Nós temos uma fábrica, em Limeira, e assim não sofremos tanto com o câmbio quanto as concorrentes que importam seus produtos”, diz Jamil Machado.
Seu sócio, Marcos Pertile, diz que trabalha com lucro líquido na casa dos 20% com franquias mais maduras. O segredo da empresa é o markup de 3 pontos (o preço médio de venda das peças é de R$ 17 para um preço de custo de R$ 5). “Os quiosques chegaram a dar 30% de lucro. Hoje a conta está mais enxuta, mas estamos entre 12% e 20%”, afirma.
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