
15 de agosto de 2011 | 00h05
Quando se tornou sócio da Nexar, loja especializada em produtos de informática e eletrônicos, o engenheiro Airton Fonseca Joaquim, de 50 anos, fez questão de passar uma semana na assistência técnica da empresa aprendendo a montar e consertar computadores. Hoje, ele mesmo é capaz de executar o serviço que diferenciou a rede da concorrência: a oferta de manutenção e reparo de produtos de informática na própria loja, o que conquistou as classes C e D, foco principal da empresa que hoje fatura R$ 15 milhões por ano.
Diante do grande potencial desse mercado, a marca pretende expandir para todo o País por meio do modelo de franquias e espera acumular vinte lojas próprias já em 2012 e cinquenta nos próximos cinco anos. Os primeiros passos já foram dados. Ainda em 2011, vão ser abertos outros três pontos de venda próprios e duas franquias piloto. “Queremos crescer sobretudo em volume de compra”, explica o sócio-diretor Airton Fonseca Joaquim.
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A Nexar nasceu há 17 anos como uma pequena loja de informática no bairro do Tucuruvi, na zona norte da capital de São Paulo. Em busca de visibilidade, crescimento e segurança, os fundadores da marca, Vitor Fernandes, 40 anos, e Rodrigo dos Santos, 32 anos, abandonaram o modelo de loja de rua e investiram em unidades dentro de shoppings e centros comerciais. A iniciativa agradou em cheio aos desejos da ascendente classe C brasileira. “Pessoas que compravam em lojas de rua, passaram a ter melhor poder aquisitivo, porém, não suficiente para migrar para grandes magazines”, explica Joaquim.
As três primeiras lojas foram abertas na zona norte, no shopping Internacional de Guarulhos, no shopping D e no hipermercado Bergamini. A ideia de aliar serviços ao varejo, oferecendo assistência técnica e manutenção de itens de informática na própria loja, atraiu e fidelizou clientes, o que ajudou a empresa a perceber o potencial de crescimento do modelo de negócios.
Em um mercado onde os notebooks ganham cada vez mais relevância e a preferência do consumidor, a Nexar cresce tendo 70% do seu faturamento gerado pela venda de computadores de mesa de marca própria, que podem ser fabricados, inclusive, sob medida para o consumidor.
O restante do faturamento é resultante da venda de laptops de outras marcas, aparelhos de GPS, jogos para videogames, acessórios e eletroeletrônicos em geral. Mas isso deve mudar, já que até o fim do ano, a rede pretende lançar também notebooks de marca própria. “Esse modelo de venda cria vínculo e faz o cliente voltar à loja para incrementar a máquina ou buscar acessórios”, explica Joaquim.
Expansão
Sem ter recursos disponíveis para arcar com a expansão da empresa, os sócios Fernandes e Santos encontraram no modelo de franquias a fórmula ideal para crescer muito e em pouco tempo. Para isso, buscaram a ajuda de Joaquim, que já tinha experiência no ramo. Com a abertura de mais unidades, os três sócios esperam fortalecer a rede no mercado interno e obter preços mais baixos para, dessa maneira, lidar melhor com a agressiva concorrência do setor.Como o sistema de compras é centralizado, o aumento do número de lojas vai gerar maior volume de compras e incrementar, dessa maneira, o poder de barganha junto aos fornecedores. “Nós formamos estoque com os distribuidores. Se aumentarmos o volume, vamos comprar diretamente do fabricante, o que reduz os custos”, analisa Joaquim.
Os interessados em montar uma franquia da marca precisam investir R$ 260 mil par a montagem de uma unidade de 60 metros quadrados. O lucro médio estimado - entre 6% e 10% - do faturamento tem um prazo de 36 a 48 meses para efetivamente ocorrer, segundo informações da empresa.
Faturamento
Atualmente, as três lojas da rede faturam juntas cerca de R$ 1,2 milhão por mês e vendem aproximadamente 170 computadores para consumidores dispostos a pagar entre R$ 1 mil e R$ 4 mil pelo produto.
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