06 de setembro de 2011 | 23h00
O caminho para conquistar a atenção, e o dinheiro, de um fundo de investimento é complicado. Mas não é impossível conquistar recursos para melhorar ou colocar em prática a sua idéia de negócio. De acordo com especialistas ouvidos pelo Estadão PME, há três dicas básicas que qualquer empreendedor pode seguir.
A primeira delas é o cuidado com a gestão do seu negócio. Os fundos de investimento buscam engajamento e preferem investir em empresas maduras. Para chamar a atenção, abandone o amadorismo. A gestão deve ser profissional, com um plano de negócios estruturado e definido.
É fundamental ter em mãos um produto ou serviço inovador. Isso sempre atrairá a atenção dos investidores. Mas não adianta nada a inovação existir se ela não for capaz de atender a uma demanda real do mercado consumidor.
Outra etapa muito importante é a apresentação do seu produto ou serviço. É preciso que o empresário tenha um discurso eficiente. A apresentação ideal deve ser clara, concisa, impactante e usa recursos visuais de efeito.
Vale a pena apostas nos fundos de investimentos. Em 2005, os fundos aplicavam US$ 6 bilhões em empresas brasileiras. Em apenas quatro anos, esse valor chegou a US$ 36 bilhões. Embora não existam números oficiais, especialistas do setor garantem que o volume de recursos financeiros sobe em média 10% ao ano. Ou seja, no momento há cerca de US$ 43,5 bilhões disponíveis no mercado e que podem ser aplicados na sua empresa.
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De olho nos mercados emergentes, há inclusive investidores internacionais interessados em companhias brasileiras. Por que será, então, que apenas 5% dos negócios que buscam esse dinheiro efetivamente recebem aportes desses fundos? Para o presidente da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP), Sidney Chameh, o que falta são empresas com o perfil desejado pelos fundos. "Garanto que para quem tem não falta dinheiro", afirma.
O exemplo da Tutudo
A empresa, que desenvolve plataformas de micropagamentos na internet, recebeu recursos de um fundo de investimentos, o Bossa Nova Angels. O site permite que os usuários adquiram créditos em lojas físicas para utilizá-los em jogos na internet - a proposta é que em breve eles possam ser usados também em outros tipos de compras virtuais.
A idealizadora do site, a estudante de produção audiovisual Mayara Campos, de apenas 24 anos, conheceu Pierre por meio de uma amiga em comum. "Ir a eventos e apresentações com investidores é muito importante para fazer contatos", afirma.
O exemplo da OvermediaCast
O engenheiro Daniel Uchôa, 30 anos, só conseguiu o apoio de um investidor depois que sua empresa, a OvermediaCast, criadora de um software que hospeda, compartilha e monitora vídeos online, já havia dado os primeiros passos. Inicialmente, ele contou com a ajuda de um financiamento obtido pelo programa Prime, do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec).
"Fui dar um curso no nordeste e o sócio do meu investidor me contratou para prestar consultoria para um projeto de televisão digital em desenvolvimento. Mostrei a minha empresa e consegui um investimento de R$ 350 mil", conta.
Agora, o empreendedor busca uma segunda rodada de investimentos para captar R$ 1,5 milhão. O dinheiro será usado para o desenvolvimento da OvermediaCast. "O investidor não quer um produto, quer uma oportunidade de negócio. Por isso, recomendo que outras empresas, primeiro, desenvolvam o seu mercado antes de buscar recursos com algum fundo."
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