
27 de julho de 2011 | 16h27
O Relatório de Política Monetária de junho de 2011, divulgado nesta quarta-feira, 27, pelo Banco Central (BC), indica queda pelo quarto mês consecutivo dos juros para a tomada de empréstimo por meio do capital de giro. A taxa, que em maio era de 29,4%, caiu para 29,2% em junho, indicando tendência de aproximação do valor registrado no mesmo período do ano passado, quando os juros estavam em 28,5%.
A redução, no entanto, não significa que o acesso a esse crédito está mais fácil. Essa queda tem a ver com o aumento das garantias exigidas pelos bancos e pela diminuição dos prazos de financiamentos, segundo informações do diretor de economia da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Andrew Frank Storser. “Essa situação (queda) é temporária, não temos como projetar a continuidade desses resultados daqui para frente. O custo do capital de giro ainda está muito alto”, alerta.
A taxa de juros para aquisição de bens também registrou leve queda, chegando a 17,7% em junho contra 17,8% em maio.
As maiores taxas de juros para pessoa jurídica são das operações de crédito de conta garantida (cheque especial para empresas) com taxa de juros média de 106,2% ao ano em junho – embora esse valor seja inferior ao do mês anterior, quando a taxa chegou a 110,7%. Na sequência, está a linha de desconto de notas promissórias, com 57,9% ao ano e a linha de desconto de duplicatas com uma taxa de juros média de 42,6% ao ano.
Cenário. O relatório aponta ainda que o volume total de crédito da pessoa jurídica aumentou e atingiu R$ 500,8 milhões em junho contra R$ 491,9 milhões em maio e R$ 424,5 milhões em junho do ano passado, um crescimento de 1,8% no mês, 8,2% no ano de 2011 e de 18% em 12 meses.
As taxas de juros para pessoa jurídica atingiram na média 30,8% ao ano em junho contra 31,1% em maio. Embora no mês isso signifique uma redução de 0,3 ponto porcentual, em 12 meses o número representa alta de 3,5 pontos porcentuais.
Para Storser, embora no geral o cenário tenha melhorado em relação ao mês anterior, as pequenas e médias empresas ainda devem ter cautela, especialmente com prazos de pagamento e recebimento. “Quanto mais alguém crescer as vendas e depender do capital de giro, mais problemas pode ter se pagar fornecedores, a mão de obra e custos antes de receber dos clientes. Por isso, o planejamento cuidadoso desses prazos é fundamental.”
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