
26 de agosto de 2015 | 07h01
Mesmo na crise, a Prática Fornos cresceu 8% até agora em relação ao ano passado. Mas o índice positivo não significa que a empresa não precise cortar gastos. Desde junho, os sócios adotaram uma série de medidas diante de uma situação “mais complicada” e adequaram o negócio a uma nova realidade em termos de produção.
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A empresa, criada em 1991, fabrica equipamentos para cozinhas industriais e panificadoras – atende desde a padaria de bairro até a central de produção de uma rede maior. Para lidar com o mercado adverso, a Prática adotou duas linhas principais de trabalho: cortar onde for possível e traçar estratégias para manter as vendas. “Também ficamos de olho no caixa. Nem sempre custo e caixa são a mesma coisa. As medidas tomadas para o crescimento não são as mesmas para enfrentar uma situação como essa”, diz o fundador e presidente do negócio, André Rezende.
O primeiro grupo de medidas foi drástico. “Somos uma indústria. Se estávamos planejando 120 e vamos produzir 100, a adequação da empresa passou por uma redução do quadro de pessoas”, diz Rezende, que diminuiu o quadro de 410 para 354 funcionários.
O empreendedor procurou manter intacta a área de criação de produtos e a gestão de novos projetos para não comprometer o futuro da companhia. No entanto, são feitas atualmente avaliações para os gestores descobrirem até que ponto a nova realidade da empresa pode sustentar esse investimento no futuro.
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“Para manter perspectiva de futuro, e ao mesmo tempo manter a saúde financeira da empresa, precisamos ter uma avaliação criteriosa de quais projetos poderiam dar retorno mais rápido e focar nessas coisas. Alguns projetos de maturação mais longa acabam sendo deixados de lado”, reconhece Rezende. O empresário ainda procurou renegociar contratos ou achar novos fornecedores de matéria-prima e de serviços.
Outra ação adotada pela Prática, que faturou R$ 105 milhões no ano passado, foi rever investimentos. A abertura de uma concessionária em Brasília foi adiada para 2016. A decisão não impediu a empresa de buscar parcerias para mostrar seus produtos no Distrito Federal, mas a premissa agora é fazer isso gastando bem menos. A linha de produtos também passou por uma simplificação recentemente, o que significou um corte de 10%. Ficaram os itens mais rentáveis, saíram os menos vendidos.
“Não são medidas isoladas. Estamos fazendo um exercício para manter a flexibilidade da empresa”, analisa o empreendedor. “Se o mercado se comportar bem, tem como se manter. E se as vendas não vierem, temos condição de sobreviver. Sei que mesmo em um ambiente adverso existe oportunidade”, destaca Rezende.
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