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Redes de serviços ganham espaço

Com baixo investimento, boa rentabilidade e apelo na classe C, franquias usam a padronização como trunfo de expansão

Por Carolina Dall'Olio
Atualização:

 A classe C, no papel de consumidora e franqueada, foi a principal responsável por fazer de 2011 um ano de crescimento intenso das franquias do setor de serviços. É o que informam as empresas do ramo. No ano passado, com a ajuda desse público, muitas redes bateram com folga as metas de abertura de novas unidades – e já projetam expansão acelerada também para 2012.

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O setor de serviços figura hoje como um dos principais motores da economia brasileira. E essa tendência deve se intensificar. Segundo estudo do Sebrae-SP, até 2015, os empreendimentos do segmento vão superar pela primeira vez os negócios voltados ao comércio e, portanto, serão maioria no total de pequenas e microempresas em atividade no Estado de São Paulo.::: Siga o Estadão PME nas redes sociais ::: :: Twitter :: :: Facebook :: :: Google + :: No franchising, porém, o setor de serviços demorou a assumir o protagonismo. Há exceções, como a popularização das escolas de idiomas. Mas, de forma geral, apenas o recente aumento de renda da população trouxe expansão ao segmento.

“A minha empresa cresceu porque as famílias, mesmo as da classe C, agora podem pagar por um serviço profissional, não precisam mais cuidar elas mesmas de seus jardins”, observa Vâner Silva, presidente da franquia de jardinagem Ecojardim. A rede, que nasceu apenas em 2010, já tem 35 unidades.

De olho nas oportunidades que o crescimento econômico criou para o setor de serviços, em 2009, o Grupo Zaiom foi responsável por lançar o formato de microfranquias nesse ramo. A estratégia deu certo desde o início. Mas foi em 2011 que a empresa efetivamente decolou: suas seis marcas ganharam 220 novas unidades.

“Os trabalhadores da classe C enxergam nas microfranquias de serviço uma oportunidade de participar da festa de crescimento da economia brasileira. Por isso nossas redes tiveram uma grande adesão”, avalia Marco Imperador, sócio do Grupo Zaiom. Nas franquias da rede, a margem de lucro varia entre 40% e 50% do faturamento.

Vantagens

Para André Friedheim, diretor da consultoria Francap, o fato de o empresário não precisar formar estoques é um dos principais atrativos das franquias de serviços. “Por conta disso, o capital inicial exigido para abertura do negócio tende a ser mais baixo e o risco de prejuízos também é menor”, avalia.

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“Além disso, como o consumidor está cada vez mais exigente, há uma demanda por profissionalização de trabalhos antes feitos pelas próprias famílias de forma amadora. E as franquias se encaixam bem neste perfil: elas normalmente padronizam aquela atividade, garantindo qualidade aos clientes”, conclui Friedheim.

A corretora de seguros Seguralta enxergou nesta padronização uma oportunidade de crescimento. A empresa já tinha mais de 40 anos de atuação no mercado quando adotou o sistema de franchising, em 2008. “Faltava profissionalizar a atividade do corretor e incentivá-lo na busca de novos clientes”, diz Luis Gustavo Zanon, diretor da Seguralta, que hoje conta com 220 unidades franqueadas.

Cuidados

Embora existam muitas oportunidades, o setor de serviços tem algumas particularidades que podem dificultar o bom desempenho das redes. “Os franqueados precisam avaliar bem o modelo de negócio”, sugere Filomena Garcia, diretora da consultoria Franchise Store.

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“A rentabilidade das franquias de serviços costuma ser mais alta do que a dos demais segmentos, mas o faturamento não segue a mesma regra”, revela a consultora.

Já para os franqueadores do setor, o obstáculo para o desenvolvimento é um velho conhecido das empresas brasileiras: a falta de mão de obra qualificada. “Uma empresa que cresce sem um programa forte de treinamento dificilmente consegue imprimir um padrão de qualidade”, garante Filomena.

Por isso, embora tenha uma fila de candidatos dispostos a abrir franquias da marca, a rede de depilação Pello Menos prefere crescer a passos mais lentos. Cerca de 15% do capital inicial para a abertura da franquia é gasto com o treinamento das depiladoras, que passam quatro meses aprimorando a técnica no Rio de Janeiro.

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“No setor de serviços, o atendimento é 100% do valor da marca. É a essência do negócio”, enfatiza Regina Jordão, franqueadora da Pello Menos.

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