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Receita dos que ficaram: qualidade com diversificação

Maria Brigadeiro, Yoggi e Wondercakes souberam o que fazer e resistiram ao fim do ‘boom’ com estratégias diferentes

Por Gisele Tamamar
Atualização:

Um produto faz sucesso e, consequentemente, chama a atenção de investidores, que abarrotam o mercado com a mesma solução. A moda passa e leva algumas empresas que aproveitaram a onda, mas fecharam as portas devido a queda nas vendas. Tudo isso é verdade, mas existem aqueles que sobreviveram, seja porque focaram na qualidade, se mantiveram fiéis ao produto tradicional ou diversificaram a proposta original.

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A fundadora da Maria Brigadeiro, Juliana Motter, foi a precursora na criação do brigadeiro gourmet em 2007. Resistiu ao assédio de investidores para crescer e mantém seu negócio estável, com a venda diária de 5 mil docinhos. “Depois de quase oito anos, o que fica é a qualidade. Sempre achei que o brigadeiro era um doce subvalorizado e tinha potencial”, diz.

Ao longo do tempo, Juliana manteve a proposta de vender o doce sempre fresco. “Foi um negócio muito replicado e manter a qualidade sempre foi prioridade. Se o cliente provar e não gostar, ele não vai voltar. Não estou em uma rua de fluxo e existe muita concorrência hoje em dia”, afirma a empresária.

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Ainda na linha dos doces, as sócias Paula Kenan e Marcella Lage resolveram investir em uma moda norte-americana no Brasil. Elas abriram a Wondercakes em 2009 e se intitulam como a primeira loja exclusivamente de cupcakes de São Paulo. “Muita gente nem sabia o que era”, conta Paula. Com o tempo, os bolinhos se popularizaram e a Wondercakes ganhou concorrentes.

A marca sofreu com a cópia do nome, das embalagens e houve até o caso de funcionário que começou a trabalhar na loja apenas para copiar as receitas. “As pessoas achavam que era só colocar uma receita de bolo na embalagem de cupcake. Foi ruim e as pessoas começaram a ter preconceito com o produto. O alto número de concorrentes não serviu para aumentar o mercado, que é o que acontece, mas teve um efeito oposto.

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Conseguimos passar por essa tempestade porque temos o sabor como marca registrada”, afirma Paula Kenan. Durante o ‘boom’ dos cupcakes, a empresa teve uma “demanda absurda” para abrir franquia, mas resistiu ao assédio. A marca chegou a administrar quatro quiosques, porém, as empreendedoras avaliaram que esse não era o modelo de negócio mais adequado. Após observarem a dinâmica do mercado, as sócias encontraram na confeitaria artística para festas um caminho para diversificar – hoje a área já responde por 60% das vendas. “Qualidade e inovação são as duas coisas absolutamente fundamentais para a sobrevivência”, afirma Paula.

O frozen yogurt foi outra moda que matou muitos negócios. Um dos que sobreviveram foi a marca Yoggi, do Rio de Janeiro, aberta em 2008. A empresa atingiu o pico de lojas em 2012 com 56 unidades. Entre aberturas e fechamentos, o número de operações permaneceu na casa dos 50 nos últimos três anos. Em 2012, a rede foi comprada pela Brazil Fast Food Corporation (BFFC), que é proprietária da marca de lanchonetes Bob’s. A expectativa é chegar a 100 unidades em 24 meses.

Para um dos fundadores do negócio e atual diretor da empresa, Alexandre Tenenbaum, o segredo foi saber se descolar do frozen iogurte e apostar na diversificação e na alimentação “com prazer sem culpa”. Hoje uma unidade vende cookies e até churros. “Focamos na alimentação por prazer sem abrir mão da ‘saudabilidade’. O frozen foi uma forma de chegar nisso, mas não é a única forma”, diz Tenenbaum.

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