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Quem são os empreendedores que não pretendem crescer por meio de franquias

Mesmo com a grande procura de interessados, empreendedor precisa ter calma para estruturar modelo e não se perder

Por Gisele Tamamar
Atualização:

O assédio aparece de todos os lados: por telefone, e-mail e até pessoalmente. Mas um grupo de pequenos empresários não está disposto, por enquanto, a expandir por meio de franquias. O receio está na estruturação do modelo a ser aplicado e, principalmente, com a possibilidade de que seus produtos e serviços percam a qualidade.

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É fato que nem todo negócio é franqueável, mas de acordo com Luis Henrique Stockler, sócio e consultor da ba}Stockler, também existe uma resistência pelo desconhecido. “Muitos empresários não conseguem calcular o investimento necessário. Ele acha que vai entrar em um prédio e subir de elevador, mas no fim ele vê que terá que subir 20 andares de escada, um degrau de cada vez”, afirma.

O ideal é fazer um planejamento detalhado para avaliar se vale a pena expandir com franquias. Segundo Stockler, se a empresa tem um produto que agrega um serviço muito sofisticado, talvez o custo de ensinar o franqueado a operar e manter esse conceito seja tão caro que não compense. “Nesse caso, é melhor criar aprendizes dentro da sua casa para eles serem seus sócios. É um treinamento de anos, não de semanas”, diz.

Assédio. A empresária Renata Frioli criou a marca Bolo à Toa e recebe, no mínimo, dois e-mails por dia de interessados em abrir novas unidades. Entretanto, o modelo não está nos planos da empreendedora, que tem duas lojas e prepara a abertura de mais duas neste ano – uma em São Paulo e outra no interior do Estado.

“Franquia precisa ser muito bem estruturada. E no meu caso envolve qualidade. Não quero massificar meu negócio. Sou cautelosa com a qualidade do meu produto e acho que, a partir do momento que sai da minha mão, eu não sei se as pessoas que serão franqueadas terão o mesmo carinho que tenho com meu negócio”, afirma.

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Já o empresário Paulo Leite recebe o contato de interessados desde que abriu o Empório Sagarana, em 2009, na Vila Romana, em São Paulo. O espaço vende cervejas, cachaças, quitutes caseiros e queijos mineiros. O estabelecimento não trabalha com nada congelado ou industrializado. “Tudo é feito na casa, desde o caldo de carne que é colocado para temperar o bolinho. Seria muito complicado criar um nível de exigência tão grande e conseguir controlar isso com os franqueados. Não consigo imaginar como isso aconteceria”, analisa.

Por isso, para expandir por franquias, Leite teria que desenvolver um outro modelo, talvez uma adaptação da primeira unidade. “Franquia não é tão simples. A ideia de uma franquia é pensar que seu negócio vai crescer. E se ele cresce, tem que ser cada vez mais profissional. Se a pessoa não tiver o absoluto controle de tudo, pode ser um desastre”, conclui o empresário.

O Hocca Bar, famoso pelo pastel de bacalhau e o lanche de mortadela, recebe semanalmente contatos de interessados em abrir unidades no Brasil e até no exterior, como Japão e Portugal. O chef Horácio Gabriel não descarta um projeto de franquias no futuro, mas, por enquanto, a expansão segue com lojas sob “administração familiar”. Atualmente, O Hocca tem unidades no Mercadão, no Mooca Plaza Shopping e no São Bernardo Plaza Shopping. O plano é inaugurar mais duas unidades em 2014. Mas tudo com muita calma.

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Ciclo Segundo o consultor Luis Henrique Stockler, o planejamento estratégico para descobrir se um negócio pode se tornar uma franquia passa pelos seguintes itens: análise de mercado, da indústria, da empresa, da unidade franqueada, perfil do franqueado, plano de expansão, estrutura da franqueadora e análise econômica e financeira.

Avaliação Nem todo negócio é franqueável. A empresa pode oferecer um serviço ou produto tão sofisticado que os custos para treinar e manter o padrão não compensam.

Maturidade Crescimento envolve investimentos. O ponto de equilíbrio só vai ser atingido após a abertura de várias unidades (esse número varia de acordo com o tipo de operação).

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