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Projeto de robô cão-guia busca financiamento coletivo

Pesquisadora do Espírito Santo pretende, com crowdfunding, viabilizar produto e captar investimento para produção em escala

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Por Vivian Codogno
Atualização:

Construir um dispositivo que transcreva o mundo para pessoas cegas ou com algum tipo de deficiência visual se tornou a principal meta profissional da pesquisadora Neide Sellin. Professora por formação, ela viu na dificuldade do acesso a cães-guia -- no Brasil, são 100 animais disponíveis para uma população de 6 milhões de deficientes visuais -- uma oportunidade para empreender com impacto social. 

Se viabilizado, robô cão-guia Lysa deve chegar aos primeiros usuários em abril Foto: Reprodução

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Neide busca viabilizar sua criação, um robô cão-guia que verbaliza ao usuário os obstáculos em seu caminho apelidado carinhosamente de Lysa, por meio de uma campanha de crowdfunding no portal Kickante. A meta é arrecadar R$ 100 mil, o suficiente para produzir as dez primeiras unidades do dispositivo. A perspectiva da pesquisadora é que, assim, ela consiga captar investimentos para escalar o projeto.

"Sou uma startup e como toda empresa embrionária, preciso de recursos", comenta Neide. "Para alcançar investidores, preciso de uma validação de mercado consigo isso colocando as dez unidades para funcionar", explica a empreendedora, que pretende doar os primeiros robôs confeccionados a partir da vaquinha virtual.

Além do próprio empenho, Neide conta com um pequeno grupo de deficientes visuais com quem trabalha em parceria. "Muitas vezes, pensamos no laboratório coisas que não se aplicam às ruas. Por isso, minha equipe me ajuda a definir o que é realmente relevante para o robô", define.

Neide conta que os testes de Lysa nas ruas chegaram até a emocionar seus colaboradores. "O cachorro anda sempre em linha reta. Se ele encontra um obstáculo nesse caminho, vai desviar. O robo é a mesma coisa, mas ele fala. As pessoas chegam a chorar quando ouvem", relata. 

O financiamento coletivo para a confecção da Lysa vai até dia 22 de janeiro, com contribuições que variam de R$ 10 a R$ 10 mil. A perspectiva de Neide é de que, caso consiga produzir o robô em escala, ele chegue ao mercado ao preço aproximado de R$ 5 mil.

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