Produtos ricos em proteína criam novo mercado para empreendedor

Turbinado pelo avança de praticantes de exercícios físicos, cresce consumo de alimentos à base de proteínas ou carboidratos concentrados

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Por Vivian Codogno
Atualização:

O Brasil só perde para os EUA em número de academias de ginástica. O País tem quase 22 mil pequenos e médios estabelecimentos voltados para a boa forma. Parte dos frequentadores desses centros esportivos tem buscado suplementos alimentares à base de proteínas ou carboidratos concentrados para potencializar os efeitos do exercício físico. E isso apresenta novas oportunidades para os empreendedores. 

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Um dos produtos de maior sucesso é o whey protein, suplemento elaborado com a proteína concentrada do soro do leite. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), 250 marcas da proteína são comercializadas em 11 mil pontos de venda no Brasil.

Na esteira desse mercado, empresários têm buscado diferenciar seus produtos para atrair novos consumidores. É o caso de Beto Loureiro, que foi ainda mais longe e decidiu criar uma marca de proteínas livres de derivados de animais e direcionada para o público adepto da filosofia vegana, que não consome produtos de origem animal. 

No mercado desde agosto de 2014, a VeganWay já faturou seu primeiro milhão comercializando proteínas derivadas de arroz e ervilha, vendidas a um preço médio de R$ 180. A ideia surgiu quando o empresário percebeu que o nicho dos atletas veganos não era atendido pelo mercado nacional. 

“Eles importavam a proteína. Por isso, criamos um produto feito para o pessoal da maromba. Há um desafio muito grande para quem trabalha com fisiculturismo e precisa desenvolver massa quando tem esse tipo de dieta. A dependência do whey é muito grande”, diz Beto, que pretende ampliar a produção da marca para misturas para refeições. 

“Nosso principal desafio é vencer a impressão de que o mercado da proteína vegetal é inferior e o caminho que escolhemos para isso é patrocinando atletas. A nossa missão é mostrar que o veganismo não deixa ninguém mais fraco, as performances são tão boas quanto.” 

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Mercado. Diversificar para enfrentar a concorrência também foi a estratégia de Gisele Sell, que criou a Time4, empresa que comercializa o sorvete Ice Whey Cream, feito com base de whey protein. Adepta dos exercícios de alta performance, a farmacêutica sentia falta de um doce que não prejudicasse seu desempenho na academia. Após três anos de testes, lançou o sorvete e com ele faturou cerca de R$ 3 milhões em 2014. 

Gisele diz que se mudar de Curitiba para São Paulo foi essencial para explorar as possibilidades do seu negócio. “Tudo acontece em São Paulo, estar aqui faz diferença. Além disso, meu produto depende de escala.” 

A Time4 direciona seu produto para quem busca uma alimentação saudável, e não apenas para frequentadores de academias. “Me posicionei no mercado direcionando o whey para um público que procura bem-estar, por ser um produto com proteína concentrada, zero açúcar e zero gordura”, diz a empresária, que criou até um serviço de delivery para as embalagens de cinco litros do sorvete. 

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