Produção industrial cai abaixo do esperado em junho

Desacelaração foi de 1,6% em relação ao mês anterior. Analistas esperavam retração de 1%

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Por Daniela Amorim (Broadcast) e Agência Estado
Atualização:

No dia marcado pelo governo para o anúncio de um novo programa de estímulo à indústria, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa que o setor mostrou desaceleração de 1,6% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal - ou seja, levando-se em conta efeitos temporais. Analistas ouvidos pelo AE Projeções - serviço de informação da Agência Estado - esperavam que a queda fosse menor - de até 1,00%. Alguns estimaram até um crescimento de 0,30% na produção industrial no mês.

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Na comparação com junho de 2010, a produção subiu 0,9%. Nesta comparação, as estimativas também eram melhores e apontavam crescimento de 1,50% a 3,60%, com mediana positiva de 2,50%.

Até junho, a produção da indústria acumula altas de 1,7% no ano e de 3,7% nos últimos 12 meses.A redução da demanda interna e a entrada de produtos importados explicam o recuo em junho. Segundo André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, a diminuição da demanda interna é explicada pelas medidas macroprudenciais tomadas pelo governo para conter o consumo.

"Entre os fatores que configuram o cenário de recuo da produção industrial, você tem uma diminuição da demanda interna, e aí tem o impacto da redução do prazo do crédito e das maiores dificuldades para o financiamento. Mas há também a maior penetração de produtos importados, que acabam substituindo a produção local e aumentando o estoque de alguns setores", explicou Macedo.

O pesquisador apontou o setor de refino como a principal perda na produção no mês de junho, com recuo de 8,9% ante maio. "É a principal perda quando se observa algumas atividades afetadas. O refino foi afetado pela paralisação de algumas plantas industriais", notou.

Setores

A queda na produção industrial atingiu todos os setores. Para bens de capital - indicador de investimento -, a baixa ficou acima da média do setor, com queda de 1,9% em junho ante maio. Na comparação com junho de 2010, houve expansão de 6,2%. No acumulado do ano, a produção de bens de capital teve alta de 6,5%. Nos últimos 12 meses, a variação foi de 10,0%.

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Já a produção de bens intermediários caiu 1,6% em junho sobre maio. A produção de bens de consumo recuou 2,0%, sendo que os bens de consumo duráveis tiveram queda de 0,5% e os semiduráveis e não duráveis caíram 2,4%.

Na comparação com junho de 2010, a produção de bens intermediários aumentou 0,1%. Os bens de consumo recuaram 0,9% nesse tipo de comparação, sendo que os bens duráveis tiveram expansão de 0,4% e os semiduráveis e não duráveis recuaram 1,3%.

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