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Procurando por uma franquia para investir? Quiosque tem taxa baixa, mas risco alto

Contratos são de curto prazo e administradoras de shoppings podem determinar a mudança do ponto de venda

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Por Gisele Tamamar
Atualização:

Os quiosques estão por toda parte: shoppings, hipermercados, faculdades e centros comerciais. Por isso, esse tipo de negócio sempre desperta o interesse daqueles com planos de empreender por meio de franquias. A vantagem está no investimento, menor se comparado com uma loja tradicional. Por outro lado, o modelo tem aluguel elevado e, dependendo do ponto de instalação, não há contrato de longo prazo à disposição dos interessados.

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O sócio da consultoria Rizzo Franchise, Marcus Rizzo, alerta justamente para a questão do investimento envolvido na proposta. “Há uma ideia de que o quiosque é mais barato. Não é bem assim. O que é mais barato é a entrada na rede, mas o valor do aluguel é desproporcional ao tamanho”, alerta.

Há duas mil marcas de franquias no País e a Associação Brasileira de Franchising (ABF) estima que 20% delas adotam o sistema de quiosques. “Estamos em um momento de falta de pontos comerciais, com procura maior do que oferta”, analisa José Carlos Semenzato, diretor da entidade.

Antes de decidir, o interessado ainda precisa levar em conta que esse modelo de negócio deve seguir as determinações da administradora do shopping. Foi exatamente o que aconteceu com a Nutty Bavarian – especializada em doces feitos com nozes e castanhas – e que trabalha somente por meio de quiosques. No Brasil desde 1996, seus pontos de venda evoluíram para atender as exigências dos shoppings – foram feitas mudanças na altura do telhado e até no aroma do produto.

“Trabalhamos o apelo do aroma, que atrai muitos clientes e ajuda nas vendas. Mas alguns shoppings não gostam e tivemos que repensar o modelo”, relata a diretora-executiva da empresa, Adriana Auriemo Miglorancia. A solução encontrada foi a mudança na fórmula do xarope usado nos doces e a adoção de uma tampa com exaustor para eliminar o vapor no processo de torrefação.

Para Adriana, é natural a busca por outros pontos de instalação diante do valor do aluguel dos shoppings, que segundo ela triplicou nos últimos cinco anos. No caso da Nutty, o aluguel em centros comerciais custa R$ 6 mil, em média, mas pode chegar a R$ 10 mil.

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A advogada Carla Giovanna Giglioli Sette tem duas franquias da marca – uma funciona no Internacional Shopping Guarulhos e outra na Rodoviária do Tietê, em São Paulo.

“O maior medo do franqueado é receber a notícia de que terá de mudar o ponto. Meu conselho é manter um bom relacionamento com o shopping e trabalhar pela aceitação do público”, afirma Carla. Ela fala por experiência própria, afinal, a empresária já passou por um aviso de mudança em um dos quiosques que administra, mas conseguiu permanecer no local.

Com experiência de duas décadas na indústria automobilística, o empresário Willian Siqueira resolveu tentar algo novo. Por isso, ele abriu uma franquia da iSolution, especializada em serviços e acessórios para aparelhos fabricados pela Apple. Para ele, trabalhar com contratos de curto prazo – uma das características dos quiosques – foi uma escolha prática. “Se eu fosse instalar uma loja, teria que firmar um contrato de cinco anos, mesmo sem saber se ia gostar do negócio”, relata.

Evolução. A Ambev é outra empresa que aposta no modelo. O Quiosque Chopp Brahma começou a ser oferecido em 2003. O negócio começou como um quiosque tradicional, instalado nos corredores dos shoppings, mas depois migrou para a opção chamada indoor, como se fosse uma loja. A demanda do franqueado por esse tipo de ponto de venda, aliada a uma taxa de ocupação elevada nos centros comerciais, fez com que os quiosques ganhassem as ruas.

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O quiosque do modelo ‘street’ foi a escolha dos amigos Roberto Kazuyoshi Machida, Daniel Yamada e Jhonson Huang para empreender. A unidade, instalada no bairro dos Jardins, em São Paulo, teve investimento inicial de R$ 380 mil, incluindo a reforma do imóvel. Trata-se de um bar tradicional, mas que aproveita todo o layout usado no quiosque.

"Foram sete meses de pesquisa e vimos uma oportunidade. No começo, optamos em investir mais na reforma do imóvel do que em alugar um espaço melhor e mais caro”, diz Machida, que espera o retorno do investimento em até dois anos.

ANÁLISE Escolha bem a rede. Analise sua experiência em operações com quiosques, quanto tempo atua e converse com franqueados.

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LOCAL A escolha do ponto é fundamental. Avalie o fluxo, demanda e busque alternativas para os shoppings. Hipermercados podem ser opções.

SUPORTE Não há contrato de longo prazo. Dessa maneira, avalie qual o suporte dado pela rede em caso de ordem de mudança do ponto de venda.

RELAÇÃO Mantenha um bom relacionamento com as administradoras dos centros comerciais para se antecipar a eventuais problemas. 

 
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