
11 de abril de 2013 | 12h30
Uma tendência a ser observada por aqueles que pensam em iniciar um pequeno negócio no Brasil é o empreendedorismo social. De acordo com Marcelo Nakagawa, professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper, há empresas atualmente que não estão preocupadas apenas em ganhar dinheiro. Elas também pretendem contribuir para a construção de um mundo melhor.
::: Estadão PME nas redes sociais :::
:: Twitter ::
:: Facebook ::
:: Google + ::
Nakagawa participou recentemente do AshokaU Exchange – trata-se de uma reunião anual de empreendedores e educadores que acreditam no empreendedorismo social e que ocorreu na Califórnia. “Conheci muita gente incrível”, afirma. “Desde uma estudante de 21 anos que inventou um painel solar que também filtra água – já utilizado em países na África (Roseicollis Technologies) até Marc Freedman, um dos mais reconhecidos empreendedores sociais dos Estados Unidos e que fundou a Encore.org, organização que ajuda a pessoa em sua segunda fase da vida (mais velha) a encontrar um trabalho que reúna significado pessoal, renda continuada e impacto social”, conclui.
Diferentemente do que acontece com a filantropia – que sempre existiu e continuará a existir –, os negócios desenvolvidos por empresários engajados, de acordo com Nakagawa, buscam formas de mensurar suas iniciativas e, com isso, prepararam-se para saltos mais altos. Cada vez mais, por exemplo, empresas procuram certificações – nos Estados Unidos, por meio de um negócio chamado B Corporation – que garantam a esses empresários uma espécie de selo de reconhecimento.
No Brasil, os empreendedores sociais podem ter outro benefício interessante. Como trata-se de uma tendência, pode ser mais fácil atrair investidores, como os fundos VoxCapital e CDI&Ventures – não se descarta entre os especialistas a criação, também, de incentivos fiscais para as empresas desse tipo.
Segundo Nakagawa, aliás, essa tendência poderá ser aproveitada por todo tipo de empresa. “Qualquer negócio pode ser um negócio social”, analisa. O professor cita que para o empresário que pretende entrar nessa área se preparar, há livros disponíveis, cursos e serviços de aceleradoras de negócios, como os que são oferecidos pela Artemisia, uma das organizações pioneiras em negócios sociais no Brasil. Além disso, recomenda o professor, é fundamental criar e aprimorar relacionamentos com quem já está nesse meio, participando de encontros e eventos.
Dicas
Para quem atua com empreendedorismo social, Nakagawa sugere ao empresário buscar aperfeiçoamento. De acordo com ele, a Endeavor, organização internacional sem fins lucrativos que começou nos EUA em 1997 e está no Brasil desde 2000, por exemplo, oferece ajuda para empreendedores iniciais desde que a entidade perceba potencial de crescimento.
E o tema deve ganhar mais adeptos no mundo, afinal, atualmente a Ashoka – ONG responsável pelo evento da Califórnia – busca se aproximar de universidades que realmente se mostrem comprometidas com a formação de alunos efetivamente dispostos a mudar o mundo por meio do empreendedorismo. Será que nós somos capazes?
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.