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Por inovação, hospitais buscam aproximação com startups

Desafio de empreender na área da saúde envolve investimento alto e barreiras de certificações

Por Gisele Tamamar
Atualização:

A física Hilda Cerdeira e a engenheira Paula Gomez, além de mãe e filha, são também sócias em uma empresa de tecnologia na área de saúde. Elas criaram um aparelho – dois eletrodos que se ligam a um smartphone e a um relógio inteligente – e que é capaz de antever surtos de epilepsia pelo menos 25 minutos antes dele acontecer. 

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O equipamento ainda não existe na prática, só no papel. Mesmo assim, elas acabam de faturar a primeira edição de um concurso de startups lançado pelo Hospital Sírio-Libanês e a consultoria espanhola Everis, um programa que desde maio deste ano busca inovação em uma área considerada carente de empreendedores, mas não de recursos para investimento.

De fato, a dificuldade em atrair cientistas e boas ideias no ramo tem impulsionado o surgimento de programas de apoio para startups capitaneados por grandes corporações no Brasil.

Segundo dados da PwC, os fundos de investimento e em presas do ramo da saúde devem injetar R$ 17,43 bilhões ao PIB nacional até 2017 em projetos de inovação como o de Hilda e Paula, sócias da Epistemic.

“Existe uma tendência de crescimento dessas iniciativas (envolvendo startups) na área da saúde”, afirma Eugênio Galdón, presidente da Fundação Everis, que enumera dois pontos para a crença. A primeira, ele destaca, é o fato de que a inovação é inerente a um setor que se dedica, em tempo integral, a encontrar formas de desenvolver novos métodos de diagnóstico e tratamentos mais eficientes. “Em segundo, trata-se de um setor em evolução constante e esse tipo de parceria pode contribuir de forma efetiva para ampliar e movimentar de forma mais rápida as engrenagens da inovação”, conclui.

O superintendente de pesquisa do Sírio-libanês, Luiz Fernando Lima Reis, concorda com Galdón. Ele, no entanto, faz um alerta à uma lacuna representada pelo distanciamento entre universidades e empreendedores de startups. “A universidade precisa ter uma maior preocupação não só com a geração de conhecimento, mas com a transformação de conhecimento em produtos e processos para a sociedade. “Esse é um desafio da inovação no Brasil”, afirma.

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Feira. Outro concurso de startups na área de saúde é mantido pelo Hospital Albert Einstein. O evento já em sua quarta edição. Nele, o hospital seleciona quatro startups para se apresentarem na feira Hospitalmed, que acontece sempre no final do ano. O endereço para se cadastrar no concurso é o inovaeinstein.com.br. 

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