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PMEs entram na era do delivery por meio de aplicativos

Plataformas oferecem soluções, da cobrança à entrega do pedido, diminuindo custos e simplificando a operação

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Por Letícia Ginak
Atualização:
Mauricio Burgstein abriu nova unidade apenas para delivery após estudar dados fornecidos pela plataforma. Foto: Gabriela Bilo/Estadão Foto: Gabriela Bilo/Estadão

Investir na implementação do delivery é um desafio para pequenas empresas do setor de alimentação. Segundo especialistas em gestão, a área funciona como um ‘negócio dentro do negócio’, exigindo planejamento e capital próprios. Porém, nos últimos anos, empresas entraram no mercado com soluções que oferecem não apenas a terceirização da entrega, mas também registram, faturam e monitoram os pedidos, como os aplicativos Rappi e Uber Eats. Em troca, recebem um porcentual das vendas. O resultado da parceria é o aumento do faturamento e da visibilidade da PME, devido à expansão de atuação. 

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“O delivery pode representar até mais de 50% do faturamento em alguns negócios. Não ter como parceiro uma dessas plataformas é muito difícil, pois o cliente não liga mais para o local. Ele busca direto no aplicativo, pois tem acesso a outras culinárias e não se limita a região onde mora”, diz a consultora do Sebrae-SP Juliana Berbert. 

Para o coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Insper, David Kallás, o empresário deve colocar os custos na ponta do lápis. “É preciso avaliar o tíquete médio para entender se o custo não vai ser proibitivo. Se eu vendo um produto barato e tenho que pagar uma porcentagem alta, a parceria pode se tornar inviável”, analisa. 

As plataformas têm modelos similares, oferecendo produção de fotos e auxílio na escolha dos pratos e embalagens mais adequados. “Também compilamos alguns dados, como os dias com mais pedidos, os horários mais fortes e os pratos mais vendidos. Assim, o empresário consegue organizar melhor do estoque à escala dos funcionários. Cobramos um porcentual em cima de todos os pedidos, em média de 25% a 30%”, conta a gerente de comunicação do Uber Eats, Gabriela Manzini. 

Na Rappi, empresa que segue o mesmo modelo, existem colaboradores que visitam os estabelecimentos parceiros constantemente. “Temos um ciclo semanal ou quinzenal de desenvolvimento do parceiro com a Rappi, em que estabelecemos como será o crescimento dele dentro da plataforma e proporcionamos melhorias operacionais”, diz o cofundador da Rappi no Brasil, Ricardo Bechara. 

Mudança. Antes com uma operação interna, Maurício Burgstein, dono da lanchonete Burgy, enxergou no modelo proposto pelas plataformas a oportunidade de ganhar escala e diminuir os custos. Há dois anos, ele migrou para um aplicativo e conta que o resultado foi rápido e positivo. “Recebi cinco vezes mais pedidos no delivery nos primeiros seis meses. Hoje, recebo 12 vezes mais”, diz. 

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Os dados que recebeu da plataforma sobre as regiões de origem dos pedidos e os picos durante a semana ajudaram Burgstein a estruturar o delivery e expandir os negócios. “Acabamos abrindo uma segunda unidade apenas para o delivery, em uma região que tinha alto volume de pedidos. Estamos prestes a abrir a terceira, também com o estudo desses dados”, conta. 

Fabio Muccio, dono da Leggera,entrou no delivery há cerca de seis meses.Foto: Alex Silva/Estadão Foto: Alex Silva/Estadão

Diversidade. Os aplicativos reúnem diversos tipos de culinária, inclusive restaurantes premiados e com nomes importantes por trás da marca. Como a Leggera, pizzaria paulistana. Nestes casos, para o empresário, o cuidado com a entrega é redobrado, pois interfere na qualidade do produto. 

“Como as plataformas trabalham com vários mensageiros, essa gestão é complexa. Quando ocorre um problema com a entrega temos de notificar a plataforma para saber quem é o motoqueiro. Esse é o maior empecilho”, acredita Fabio Muccio, dono da Leggera. Apesar de enxergar essa dificuldade, Muccio acredita que não há como resistir aos aplicativos.

“O empresário que quiser ter visibilidade para sua marca não pode fechar os olhos para nenhum tipo de cliente. É preciso trabalhar em todas as circunstâncias”, finaliza. 

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O Matilda, lanchonete que tem como sócia a chef Renata Vanzeto, abriu as portas no início do ano e não tinha planos de oferecer delivery. Porém, em aplicativos como o Rappi, existe uma opção chamada ‘qualquer coisa’, em que o mensageiro busca para o usuário o que ele pedir, sem restrições. 

“Começamos a receber muitos motoboys na casa porque os clientes haviam pedido dessa maneira. Nosso salão é muito pequeno e isso começou a atrapalhar nossa operação. A solução foi se cadastrar na plataforma”, conta Guilherme Meirelles, sócio do Matilda.  Sobre a decisão de operar um delivery, Meirelles acredita que, se não fosse pelas plataformas, não investiria no serviço. 

“O delivery é uma aposta, porque você não sabe a demanda que vai ter. Com as plataformas, ou eu entro ou eu saio. Não tenho de mandar ninguém embora, me desfazer de nenhum investimento. É bom para todo mundo e para os clientes”, diz.

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