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Pesquisa mostra que mais da metade dos jovens brasileiros têm interesse em empreender

Para especialistas, frustrações do emprego convencional e desafio de criar algo novo alimentam o sonho de abrir um negócio

Por Gisele Tamamar
Atualização:

O jovem preza pela liberdade, quer mostrar suas competências e fugir de funções burocráticas nas empresas. E o caminho enxergado por ele para atingir esses objetivos está no empreendedorismo. Pesquisa feita pela Cia de Talentos e Nextview People mostra o negócio próprio como a quarta opção no ranking “empresa dos sonhos” elaborado pelas duas instituições. No ano passado, a opção aparecia apenas em 102° lugar. ::: Siga o Estadão PME nas redes sociais ::: :: Twitter :: :: Facebook :: :: Google + :: Dos 46.107 pesquisados com idades entre 17 e 26 anos, 56% têm interesse em empreender e 4% já têm uma empresa. Para a presidente do Grupo DMRH/Cia de Talentos, Sofia Esteves, a conclusão do estudo demonstra que os brasileiros não empreendem mais por necessidade, mas porque enxergam uma oportunidade de negócios.

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“O jovem tem uma expectativa maior do que é possível ter dentro de uma empresa. Ele quer trabalhar da sua maneira, deixar um legado e construir uma marca”, afirma Sofia.

A pesquisa também confirma a percepção do coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper, Marcelo Nakagawa, que lida todos os dias com o tema e com universitários. “O jovem está mais incomodado com o tipo de oferta de emprego que encontra. Alguns se decepcionam, acham que o trabalho não tem relevância para a empresa ou não encontram espaço para demonstrar sua capacidade”, observa o especialista.

O desejo de empreender sempre esteve no horizonte de Ana Carolina Urquiza, hoje com 23 anos. Mas ela não esperava que fosse realizá-lo tão cedo. No fim do ano passado, Carolina e as amigas Fernanda Rosset, 25, e Albane Le Mari, 22, inauguraram a pâtisserie Le Jardin Secret, que funciona na Vila Madalena, bairro de São Paulo.

O negócio surgiu quando Ana e Fernanda foram visitar Albane na França. Lá, o trio conheceu as flores cristalizadas. Brilhantes e crocantes, elas são consumidas como se fossem balas. “Achei o máximo e estudamos a oportunidade de trazer para o Brasil”, conta Ana. Fernanda, com alguma experiência em confeitaria, ainda teve a ideia de misturar as flores com doces para agradar o paladar brasileiro.

Antes de abrir a pâtisserie, Ana fez dois estágios durante a faculdade de administração. No primeiro, ela executou um projeto pessoal. “Foi mais gratificante. Mas o outro era operacional e eu não tinha liberdade para mudar alguma coisa”, conta Ana. Hoje, ela tem essa mobilidade e o negócio cresce 50% a cada dois meses e tem faturamento médio mensal de R$ 30 mil.

A empreendedora Camila Kuramoto Romero, de 28 anos, também passou por várias experiências até sentir-se realizada profissionalmente. Cursou dois anos de engenharia, mas optou por administração e até abrir sua própria empresa fez estágios e chegou a trabalhar na indústria farmacêutica. “Aprendi muito, mas também tive momentos de frustação, de não conseguir aplicar e desenvolver tudo o que aprendi”, lembra.

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Durante a organização do seu casamento, Camila deparou-se com as dificuldades de encontrar uma empresa de decoração que unisse custo acessível e personalização. Assim surgiu a Camila K. Flores e Festas. “Na própria empresa é possível ter a visão do todo e consigo me desenvolver de uma forma que não conseguiria se fosse funcionária.”

 
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