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Pequenos planejam aplicar inovações

Empresários investem em novidades para fidelizar o cliente e melhorar processos

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Por Letícia Ginak
Atualização:
FOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: TIAGO QUEIROZ

Todos os anos, o Sebrae-SP organiza missões com pequenos e médios empresários com destino à feira organizada pela National Retail Federation (NRF). Neste mês, 39 empresários embarcaram para Nova York ao lado de Gustavo Carrer, consultor da entidade, para vivenciar teoria e prática do mais importante mercado varejista do mundo.  Josué Medina, dono do Empório Medina, especializado em produtos alimentícios naturais típicos das regiões Norte e Nordeste, foi um deles. Atual gestor da empresa familiar, sediada em São Paulo e aberta pelo pai em 2003, ele foi em busca de novas ideias e respostas para aprimorar seu negócio.  O empresário partiu para a NRF com a ideia de abrir três novas lojas na capital, totalizando assim sete pontos de venda. Porém, a partir das palestras e visitas técnicas realizadas, Medina mudou a estratégia. “Voltei com o objetivo de entrar de cabeça no clique e retire, porque eu senti que o mercado está mais maduro. Já faço isso de alguma forma, mas por telefone. Agora quero investir no online”, conta. O plano de abrir as três novas lojas ainda neste ano saiu do papel com algumas modificações. Serão agora duas lojas físicas. O dinheiro da terceira será destinado para investimentos na melhoria do e-commerce, implementação do clique e retire e do serviço de entrega.  “Vou investir na tecnologia do processo e também na instrução da minha equipe. Penso que de alguma forma todos os pedidos devem vir para o vendedor pelo celular, seja por WhatsApp ou SMS. E a percepção deve ser muito rápida. Entendi que é uma questão mais de processos do que de tecnologia.” O empresário tinha planos de implementar o clique e retire em tempo de aproveitar o feriado de Páscoa, quando as vendas têm um aumento significativo e o cliente pede agilidade, mas acredita que tudo ficará pronto em meados de abril. “Estou confiante, hoje os brasileiros estão buscando esse conforto”, acredita o empreendedor.  Para o <IP10>professor e coordenador do centro de excelência em varejo da FGV-EAESP, Mauricio Morgado, que também esteve na feira, o varejo físico tende a ser uma extensão do comércio online e vice-versa. “A relação do cliente vai ser com a marca em si e não mais com o canal.” Para ele, o desenvolvimento de aplicativos não é mais apenas “uma coisa de gente grande, falta ao pequeno empresário abrir a mente para isso e aprender, buscando alternativas, porque há soluções acessíveis”.Sem pressa. No interior de São Paulo, o empresário José Roberto Viena, proprietário do Grupo Vestylle, fundado há 64 anos, também buscou no evento da NRF novidades que possam ser implementadas em seu negócio. Ao todo, Viena administra 12 lojas de vestuário a acessórios esportivos, localizadas na região de Jaú.  Por ora, o empresário pensa em aplicar inovações pontuais nas lojas. “A contagem de estoque por meio de uma máquina com chip que atinge boas distâncias era antes muito caro. Hoje é altamente viável, com o custo de casa chip no valor de R$ 0,30, por exemplo.”  Apesar de pisar com calma no terreno da tecnologia, Viena voltou da feira com uma convicção: não é possível fugir da tendência. “Ouvi vários dirigentes. Um deles, James Curleigh, presidente da Levi’s, me inspirou muito. Disse que a tecnologia está nos provocando a mudar. Então, não importa se será por meio do e-commerce ou não, a era digital não tem mais volta.” 

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