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Pequenos empresários nordestinos focam SP

Não é fácil desembarcar na cidade devido ao alto custo, a cultura diferente dos consumidores e até mesmo dos fornecedores

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Por Renato Jakitas
Atualização:

Enquanto grandes grupos de varejo alimentar andam animados com as perspectivas de negócios nos estados do Nordeste, marcas menores, embora já tradicionais nessas regiões, trabalham duro para fincar bandeira no Sudeste, sobretudo em São Paulo. A cidade é parada obrigatória para quem planeja consolidar um projeto de expansão com abrangência nacional.

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Para além dos altos custos exigidos durante a migração da marca, o empresário precisa também se preparar para lidar com desafios culturais, tanto na relação com os consumidores quanto com fornecedores. Ele deverá, também, adaptar-se rapidamente em um ambiente de negócios muito mais competitivo e exigente.

Quem conhece bem essa realidade é o cearense Rony Ximenes, sócio da rede de fast-food Bebelu Sanduíches. Com lanches inspirados na culinária regional, como o de carne de sol com queijo coalho servido em uma espécie de pão sírio, a franquia tem 23 anos de atividade. A marca conta com 67 unidades e fechou 2013 com R$ 100 milhões de faturamento. Mas o sonho de Ximenes, o de estabelecer raízes na capital paulista, ainda não foi concretizado. “A gente tem somente uma franquia no shopping de Itaquera há seis anos”, diz o empresário, que se mexe para, quem sabe, inaugurar dez restaurantes na cidade em 2015.

“Itaquera foi até agora o único shopping que nos deu uma oportunidade. Antes dele, tentamos muitas opções, mas eles sempre questionaram porque uma rede de fast-food nordestina se já contavam com McDonald’s, Bob’s e Subway”, conta Ximenes, que acaba de investir R$ 15 milhões na estruturação de um novo complexo industrial no Ceará, onde verticalizou a produção para garantir preço e fôlego e assim pavimentar o seu plano de expansão.

Já a rede Coco Bambu, criada há 16 anos em Fortaleza pelo engenheiro Afrânio Barreira, tem experimentado sorte um pouco diferente na cidade. O grupo também levou tempo até abrir a sua primeira operação em São Paulo, que começou a funcionar no bairro do Itaim, há dois anos.

No entanto, o negócio foi bem recebido pelo paulistano a tal ponto que no ano passado a marca inaugurou outra unidade, dessa vez no bairro Anália Franco, e outras três estão previstas para o Estado. Na opinião do sócio do negócio, Marco Polo, o bom resultado é explicado pelo portfólio da casa, que apesar do tempero nordestino, tem inspiração na cozinha contemporânea. “Nosso DNA é nordestino, com peixes e frutos do mar. Mas temos filés, massas e todo um perfil contemporâneo. Acho que se a gente fosse muito típico, não teria tanta aceitação”, arrisca.

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:: Dicas da especialista :: Na opinião de Filomena Garcia, da Franchise Store, migração para o Sudeste exige alguns cuidados

Ajuste tudo antesAo contrário do Nordeste, o mercado em praças como São Paulo e Rio não oferece espaço para erros. Ajuste muito bem a operação antes de buscar a expansão para essas regiões.

Procure ajuda localSegundo a especialista, o empresário deve buscar parceiros e investidores da praça de destino na hora da expansão. Eles terão como somar no difícil processo de adaptação da marca.

Ataque pelos ladosSempre que possível, é recomendável atacar as capitais comendo, primeiramente, pelas beiradas. Procure iniciar a incursão por cidades menores do interior e do entorno. 

 
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