Pequenos e médios empresários chegam a 2016 um pouco mais otimistas, indica Insper

Índice de Confiança tem leve alta para o primeiro trimeste do ano que vem, mas deve ser visto com cautela

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Por Vivian Codogno
Atualização:

As pequenas e médias empresas brasileiras chegam a 2016 um pouco mais otimistas, conforme aponta o Índice de Confiança dos Pequenos e Médios Negócios (IC-PMN) medido pelo Insper, em parceria com o Santander. O levantamento registrou aumento de 6,9% da confiança para o 1º trimestre de 2016, que chegou aos 58,9 pontos, alta de 3,8 pontos em relação ao registrado para o último trimeste de 2015.

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A leve alta é constatada após uma série de índices negativos iniciada no último trimestre de 2014, que culminou na queda de 3,9% no quarto trimestre de 2015, quando o IC-PMN registrou o menor valor da série histórica.

Por isso, de acordo com o pesquisador e economista do Insper, Gino Olivares, é preciso olhar o 'otimisto' com cautela. "O que estamos observando agora é mais uma volta em relação à situação 'normal'. É difícil ser conclusivo neste momento conturbado. Há motivos para ser pessimista? Sim, todos", explica o especialista.

"Há três meses, a piora na economia era novidade, talvez agora não seja mais. Não é que a situação melhorou, ela deixou de ser novidade. As pessoas já incorporaram que o País está mal.Pode ser que hoje esteja pior que estava há três meses, mas não é mais novidade", analisa Olivares.

Defensiva. Em relação aos planos para 2016, o IC-PMN constata que 45,3% dos pequenos e médios empresários desejam manter o negócio atual, enquanto 36,1% dos empreendedores têm planos de expansão. Para Gino Olivares, é possível identificar no número um conservadorismo do empresário em relação ao panorama econômico atual, que sinaliza retração no próximo ano.

"É uma atitude defensiva, o empresário quer manter o que ele tem no momento. Em uma situação normal, veríamos mais gente querendo expandir o negócio, querendo crescer", pontua Olivares.

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Enquanto isso, 4,5% dos entrevistados pretende fechar a empresa e procurar emprego. Este levantamento foi feito apenas uma vez, relativo ao primeiro trimestre de 2012, quando 1% dos empresários sinalizaram o mesmo desejo.

"Não é uma situação normal. É preocupante. Pessoas querendo fechar empresas para procurar emprego indica que elas não vão tentar de novo, não acreditam mais no empreendedorismo. É o pior dos pessimismos que podemos ter", reflete o economista.

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