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Pequenas empresas ganham espaço com chegada de estrangeiros ao País

Empreendimentos ajudam trabalhador a encontrar casa, escolher a escola dos filhos e até a empregada doméstica

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Por Gisele Tamamar
Atualização:

A crise na Europa e o destaque do Brasil no cenário econômico impulsionaram os investimentos e a chegada de estrangeiros ao País. Mas não foram só as grandes companhias que ganharam com isso. Esse movimento ajudou a impulsionar também pequenas empresas que oferecem suporte para quem está de mudança para o Brasil, principalmente para São Paulo.

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Os dados do Ministério do Trabalho e Emprego comprovam o aumento de estrangeiros no mercado de trabalho brasileiro. Até setembro de 2012, foram concedidas 55.009 autorizações de trabalho. O número é 4,6% maior em relação ao mesmo período do ano passado, quando 52.552 trabalhadores foram registrados. Em relação a 2010, o crescimento foi de 40,8%. Na época, 39.057 estrangeiros vieram ao País para trabalhar.

A empresa mantida por Fernanda Crema Henrique aproveita atualmente esse movimento. O negócio surgiu quando a empreendedora trabalhava na área comercial do Hospital do Coração e, por isso, passou a ter contato com pacientes internacionais. A Kea, nome do empreendimento – que significa cuidar, em japonês –, começou justamente para auxiliar na recepção e instalação de pessoas em busca de tratamento médico. Mas, quando percebeu a forte demanda na área de negócios, Fernanda ampliou sua atuação.

“Fui buscando diferenciais e resolvi fazer um (serviço) receptivo mais próximo, que vai além do trabalho de uma agência de viagens tradicional”, diz Fernanda. No caso dos estrangeiros que chegam ao País para trabalhar, a Kea ajuda desde na busca do imóvel até a contratação de empregados domésticos. “Um dos cursos mais interessantes é o treinamento cultural e comportamental. Ensinamos os costumes brasileiros e damos dicas de adaptação.”

Atualmente, essa área representa 70% do faturamento da empresa e inclui o serviço prestado para turistas que visitam o País para participar de feiras e eventos. Os outros 30% permanecem com o segmento de saúde. Fundada em setembro do ano passado, a empresa faturou R$ 250 mil em quatro meses.

A expectativa é fechar 2012 com crescimento de 30% ao mês e dobrar o faturamento em 2013. O otimismo para o ano que vem é resultado de dois fatores. “O primeiro é o momento do Brasil, que chama muito a atenção do mundo. O segundo é que a empresa é nova e ficará mais conhecida no mercado”, afirma.

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Outra empresária que resolveu apostar nesse nicho é Alexa Miranda, que abriu a Vida Bem Organizada há quase três anos. O foco do serviço está no atendimento de executivos e de empresários responsáveis pela instalação de uma nova empresa no País. Na percepção de Alexa, antigamente, os estrangeiros que viviam no Brasil tinham perfis bem definidos. Ele era, por exemplo, o diretor-presidente responsável por assumir uma posição no País. “Hoje vem gente de todos os perfis: diretores, gerentes e supervisores”, observa.

A empresa de Alexa atende entre seis e oito executivos por mês. “Fui buscar conhecimento sobre como funcionavam as empresas internacionais do ramo e fiz cursos para lidar com as diferenças culturais das pessoas.”

Para o coordenador do curso de liderança da HSM Educação, Gilberto Guimarães, o trabalho feito por Alexa e Fernanda é cada vez mais comum e necessário. “Não é só para estrangeiros, mas também para atender profissionais locais, que mudam de São Paulo para outras regiões. Hoje, as grandes indústrias estão saindo dos grandes centros”, afirma.

Para as empresas que pretendem conquistar espaço nesse mercado, o especialista acredita que elas devem começar a diversificar o campo de atuação. “O negócio pode fazer prestação de serviços, não só recomendar lugares”, finaliza. 

 
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