13 de maio de 2012 | 07h12
O aquecimento da economia e o aumento da competitividade criaram um cenário exigente. Cada vez mais, ganho de escala e profissionalização são fundamentais para a empresa oferecer serviços e produtos de qualidade a preços competitivos. E isso resulta em uma necessidade – quase obrigatória – do pequeno negócio crescer para sobreviver.
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Se o mercado está mais convidativo, por outro lado ele também apresenta uma série de desafios. O professor de empreendedorismo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Aidar, acredita que a expansão só funciona para negócios que nascem projetando esse crescimento. “Se você começa uma empresa com um modelo inadequado, dificilmente vai conseguir.”
Já o professor Alexssandro Mello, da Fundação Instituto de Administração (FIA), é mais otimista. O especialista acredita que um negócio pode ganhar força se o empresário descobrir um foco inexplorado.
“Não se trata de algo nunca feito antes, mas de um novo jeito de fazer.” Como exemplo, o professor cita o caso da Diletto, empresa que entrou em um nicho de mercado bastante tradicional e sujeito à concorrência com grandes empresas, mas que soube diferenciar-se com a oferta do sorvete de palito artesanal.
Antes de investir no crescimento de um negócio, porém, o empresário deve avaliar com clareza o momento do negócio. Mello destaca três pontos a serem analisados: lucro, endividamento e capacidade de expansão. “Esse crescimento precisa ser consistente. A estratégia é pensar no futuro, mas avaliando a realidade do presente”, diz.
Colocar a casa em ordem é fundamental. E entre as perguntas que o empresário deve fazer a si mesmo durante esse processo, estão a identificação da proposta de valor do negócio, como ele pretende tornar viável o crescimento, se existem pessoas capacitadas para auxiliar no processo e, finalmente, se há caixa suficiente ou outra fonte para financiar a expansão pretendida.
Há também quem prefira evitar os riscos do crescimento e opte por manter a empresa pequena. Nesse caso, o risco é o ramo em que o negócio está simplesmente não oferecer essa possibilidade. “A pequena empresa compra tudo por um preço mais caro, não consegue entregar em grandes quantidades e pode se ver diante do desafio de crescer como forma de sobrevivência”, afirma Marcelo Aidar.
Isso não significa que manter-se no mesmo estágio seja impossível. Se tomar essa decisão, porém, o pequeno empresário terá que inovar com frequência para não correr o risco de reduzir sua participação no mercado.
Se finalmente decidir pela expansão, o empreendedor de menor porte deve saber que vai ter de abrir mão do controle total do negócio – crescer implica em uma mudança na forma de administrar e controlar a empresa, dessa maneira, será preciso criar indicadores e redistribuir tarefas antes centralizadas na figura do proprietário.
Contratar especialistas em áreas específicas é outra mudança inevitável. Essa é a hora, portanto, do empreendedor fazer uma análise criteriosa da equipe para avaliar se os funcionários estão prontos para novos desafios.
A boa notícia é que todo esse processo pode contar a favor do negócio. “Uma das coisas que retém talentos em uma pequena empresa é o empreendedor transmitir o conceito do trabalho a ser realizado pelo colaborador. Isso gera comprometimento e faz com que o funcionário vista a camisa da empresa”, afirma Mello, da FIA.
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