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O segredo do sucesso do empreendedor é estar disposto sempre a recomeçar

Fundador da Contém 1g não hesitou em mudar o negócio e acertou ao reposicioná-lo para o setor de maquiagem

Por Gisele Tamamar
Atualização:

O empresário Rogério Rubini sempre foi muito irrequieto. Se um negócio não ia bem, ele não hesitava em seguir outro caminho. Tanto que, até chegar ao modelo atual da sua empresa, a Contém 1g, ocorreram duas grandes mudanças. De roupas para perfumes e de perfumes para maquiagem. “É preciso ter coragem e disposição para recomeçar”, afirmou.

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A vida empreendedora de Rubini começou quando ele abriu uma malharia em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, com o pai e o sogro. Logo, o negócio tornou-se uma confecção. A empresa foi batizada de Algodão Brasil, mas a marca já estava registrada e o empresário precisou definir outro nome. Foi quando olhou para o armário do banheiro e entre produtos de higiene e medicamentos viu uma embalagem com a informação ‘Contém 60g’. Pronto, ele havia resolvido esse problema.

A transição para o segmento de perfumes ocorreu em 1993, quando o empresário percebeu o interesse das pessoas pelas fragrâncias. E, finalmente, a última grande mudança ocorreu em 2007 e foi para o mercado de maquiagem – essa decisão foi tomada após a percepção de que os shoppings passavam por um processo de modernização.

“Comecei a ficar preocupado que a Contém 1g do passado pudesse não ter espaço nessa nova visão dos shoppings e chegamos a conclusão que seria necessário fazer uma mudança radical na nossa empresa”, contou Rubini.

A estratégia, então, foi focar em maquiagem, priorizar o varejo (sair da venda direta) e reposicionar a marca das classes B e C para as classes A e B. A decisão foi ousada. Até 2006, a perfumaria representava 85% do faturamento contra 10% das vendas de maquiagem.

“Tinha confiança que era o caminho correto para nossa empresa”, afirma atualmente Rubini. No ano passado, a empresa faturou R$ 153 milhões e conta com 170 pontos de vendas, entre lojas e quiosques, no País. O empresário falou sobre os desafios dos negócios durante o Encontro PME com pequenos empresários. Confira os principais trechos do evento.

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Franquia Quando resolveu apostar nos cosméticos, Rubini decidiu por uma transição gradativa. Enquanto a perfumaria representasse pelo menos 10% do faturamento dos franqueados, a empresa continuaria abastecendo as unidades com produtos. “Isso deu uma tranquilidade para os franqueados”, disse.

Para o empresário, o principal desafio de operar com franquia é fazer com que os franqueados trabalhem alinhados com os objetivos da marca. “Não podemos dizer que franquia é fácil. Mas para alavancar o crescimento de uma marca, o negócio é útil”, pontuou.

InternetO crescimento do mercado online incentivou Rubini a investir em um e-commerce da marca. Mas o projeto durou cerca de um ano e hoje está guardado. O empresário diz ter feito “investimentos consideráveis” em conteúdo e vídeos para a consumidora se sentir confortável para realizar a compra online de maquiagem, mas a folha de pagamento para manter o site era maior que a receita obtida. “No nosso entendimento, o e-commerce ainda é um canal que funciona baseado em muita promoção e oferta de

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preço. E isso não poderia ser nossa prática para não gerar conflito com a rede de franqueados. O fato de não ter uma política tão agressiva de promoções e preços limitou o desenvolvimento da loja virtual”, explicou.

Família Daniel, filho do empresário, tem 34 anos e faz parte da diretoria da empresa atualmente. Rubini conta que nunca obrigou o filho a trabalhar na companhia. “Nossa diferença de idade é de 20 anos. Hoje ele está trabalhando comigo. Não estou construindo sozinho. O Daniel está ajudando a construir a organização. Ainda não iniciei o processo de sucessão na companhia”, disse o empresário. Rubini também confidenciou aos participantes que está conversando com investidores para viabilizar novos recursos para o crescimento da Contém 1g. 

 

Empresa investe R$ 2 milhões em nova marca do setor A Contém 1g resolveu voltar ao mercado de fragrâncias com uma proposta diferente e por meio de uma nova franquia: a Pink Femme. A rede trabalha com 25 cosméticos com a mesma fragrância e embalagens na cor pink. Lançada no mês passado, a nova marca exigiu investimentos de aproximadamente R$ 2 milhões e aumentou em 20% a produção da fábrica mantida pela empresa. A previsão do empreendimento é abrir 20 pontos de venda até o fim do ano.

No passado, o negócio tinha como carro-chefe os perfumes e vislumbrou, agora, uma oportunidade de retornar ao mercado com a proposta diferente da Pink Femme. Quem está no comando do negócio é Daniel Rubini, filho do fundador da Contém 1g, Rogério Rubini. O foco inicial da expansão da marca inclui cidades com mais de 200 mil habitantes.

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A marca vende hidratantes, cremes, colônias, óleos e desodorantes com preços que oscilam entre R$ 13 e R$ 68. Os produtos têm versões para tratar cabelos, rosto, pele, lábios, mãos e pés e têm como público-alvo as mulheres das classes B e C.

Para quem pretende investir no negócio, a nova marca apresenta três versões de franquias. A loja tradicional exige investimento de R$ 95 mil. Já um quiosque custa R$ 78 mil. E no caso do twister, uma estante móvel para pequenos espaços, o investimento inicial do interessado será de R$ 45 mil.

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