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Multifranqueados ganham força e são modelo de gestão

O objetivo dos donos de mais de uma loja é diluir os custos fixos entre as unidades e expandir os meios de gerar receita

Por Letícia Ginak
Atualização:
Com nove unidades da marca 5àsec, Alexandre Saidel otimizou maquinário com a abertura de 'lojas satélites', que são pontos de coleta. Foto: Tiago Queiroz/ Estadão Foto: Tiago Queiroz/ Estadão

Dois tipos de franqueados estão crescendo no País nos últimos anos: são eles os multiunidades (que possuem mais de uma loja da mesma rede) e os multimarcas (detentores de estabelecimentos de marcas diferentes). De acordo com pesquisa elaborada pelo Grupo de Estudos de Franquias (Franstrat) da USP-Ribeirão Preto em conjunto com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), divulgada em maio deste ano, 84% das redes que participaram do estudo trabalham com este perfil de franqueado. Em 2016, eles estavam em 68,5% das redes e, em 2017, em 74,5%. 

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“Geralmente, o franqueado busca ter mais de uma unidade ou marca por um motivo muito simples: essa é a forma para ele crescer empresarialmente. O franqueado aumenta as possibilidades de receitas em diversos pontos e ainda tem a diluição de custos e despesas fixas, atingindo escala”, afirma o professor responsável pela pesquisa, Eugênio José Bitti. 

:: Sinal de alerta na hora de investir o dinheiro :: :: Recessão fortalece marcas tradicionais :: 

Em 2005, o hoje franqueado multiunidades Alexandre Burger Saidel adquiriu uma loja da rede de lavanderias 5àsec. Atualmente, ele é responsável por nove unidades, todas localizadas na zona Sul de São Paulo. “A concorrência, que aumentou muito no segmento nos últimos anos, e a elevação dos aluguéis de imóveis comerciais foram decisivos para a queda nas margens de lucro do franqueado com uma loja só”, conta. “Buscar novas unidades foi uma resposta a um cenário macroeconômico (mais difícil). Esse foi um dos principais pontos que fizeram com que eu criasse estrutura para ter mais lojas.”

A estratégia escolhida por Saidel para expandir o número de unidades foi adquirir lojas menores, que funcionam apenas como pontos de coleta de roupas e, assim, otimizar o maquinário das lojas com mais estrutura. O resultado foi o aumento da presença no bairro, da capacidade de uso das máquinas e a redução dos custos fixos. 

Além disso, o olhar para os diferentes perfis de consumidor na mesma região também contribuiu. “Atendemos desde quem não tem lavanderia em casa por conta do tamanho do apartamento, como no Brooklin, até famílias que moram no Campo Belo, que trazem o que não conseguem lavar em casa, como vestidos de festa, ternos e roupas de cama mais pesadas.” 

Saidel tem 55 funcionários e escolhe para cada unidade um gerente ou supervisor, que conduz o dia a dia. O empresário visita as lojas cerca de duas vezes por semana. 

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Com um perfil um pouco diferente, o franqueado Emerson Silva apostou em mais de uma marca para atingir os mesmo objetivos que Saidel. Dentro da praça de alimentação do Plaza Shopping Itu, no interior de São Paulo, Silva é dono de três unidades de marcas diferentes.

“Comecei com uma marca que atendia o público A, a Griletto. Depois, adquiri uma que conversasse com o público B+ (Montana Grill) e, por último, há um ano, outra marca que atinge maior volume de pessoas, que é a Jin Jin Wok”, conta. Em breve, no mesmo shopping, o empresário pretende abrir uma loja de sobremesas no estilo quiosque, a Croassonho. 

“No mesmo espaço, eu canalizo o fluxo de pessoas, viabilizo o serviço com mão de obra e consigo ter um gerente para atender as três lojas. Coloquei todas essas vantagens na ponta do lápis e percebi que não compensava me deslocar”, ressalta. 

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