
27 de janeiro de 2016 | 07h43
A percepção de tempo se transforma com frequência, principalmente em grandes cidades, onde o trânsito é intenso, os deslocamentos longos e as opções de lazer, entretenimento e consumo variadas. A impressão é que o dia não é suficiente para cumprir todas as tarefas.
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Dessa maneira, para um grupo crescente de pessoas, desacelerar é a única opção de vida possível. O movimento ‘slow’ reúne pessoas que desejam vivenciar experiências corriqueiras, como uma refeição ou um passeio pela cidade, de forma mais lenta. A ideia chegou ao Brasil com o movimento de ‘slow food’, que defende o encurtamento da cadeia produtiva de alimentação em busca de refeições ligadas a pequenos produtores.
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“Costumamos dizer que é um movimento anárquico na sua organização”, diz o presidente da Slow Food Brasil, Georges Schnyder.
A partir da alimentação, o movimento tem pautado novos negócios que atendem um público disposto a transformar o modelo de consumo. “O Uber é slow. A Easy Taxi é slow. A economia do compartilhar é slow. O movimento criou uma série de demandas”, comenta.
Alternativas. Uma delas foi aproveitada pela agência de viagens Latitudes, que promove jornadas de imersão no Brasil e exterior. A empresa reúne grupos de adeptos do ‘slow travel’ e elabora roteiros de duração mínima de dez dias. O que começou com pessoas de alto poder aquisitivo hoje abrange um público que deseja se aprofundar na cultura de um determinado lugar.
“De forma geral, a viagem é o momento de desacelerar. O dia das pessoas é extremamente corrido e nossa proposta é dar tempo para que elas absorvam informações”, conta Alexandre Cymbalista, diretor da empresa. No último ano, mesmo com a retração, houve crescimento de 15% nas viagens desse modelo, que podem custar a partir de US$ 5 mil por pessoa.
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