Comer bem entrou na moda. E, na esteira dessa nova tendência, cresce as perspectivas de investimentos em empreendimentos que comunicam uma proposta de alimentação saudável e natural. Mas, para se destacar nesse nicho ainda repleto de oportunidade, é preciso paciência e boa dose de didatismo. Afinal, poucos consumidores atualmente compreendem as diferenças - as vezes sensíveis - entre as opções do mercado.
::: Estadão PME nas redes sociais ::: :: Twitter :: :: Facebook :: :: Google + :: Do suco detox ao suplemento alimentar, o Estadão PME reuniu nesta quinta-feira, 21, um grupo de empresários e investidores quem faturam ou se preparam para faturar alto no ramo. O evento reúne no Shopping Bourbon, na zona oeste da capital e o debate passou pelas carências, desafios e, claro, as oportunidades do ramo. O primeiro módulo tratou dos desafios de quem atua com alimentos orgânicos. Para tanto, reuniu David Relitera, proprietário do Santa Adelaide Orgânicos, uma fazenda que trabalha com o cultivo de produtos no interior de São Paulo, Leandro Farkuh, idealizador do Bio2, e Ricardo Corrêa, que toca uma padaria orgânica, a Wheat Organics. Em comum, eles concluíram que o sucesso da categoria passa por investir na atenção ao consumidor, sobretudo aquele que ainda não compreende o que difere um produto convencional do orgânico. "Este é um mercado em formação. Precisa sentar, conversar, contar a história. A gente tem de falar da origem e conectar o prato ao campo, isso para que o consumidor possa perceber o que está levando como experiência. Tem um fio que une nosso setor e esse fio vai dar lá na natureza", explica Ricardo Corrêa. O segundo módulo tratou de uma nova tendência entre os adeptos de hábitos naturais, os sucos saudáveis. Gustavo Siemsen, da Gloops, além de Bianca Franchini, Isabela Ferrantte e Juliana Henrique, sócias da Uuulálá, trataram das conquistas e também relembraram as agruras de quem sobrevive nesse setor. "Eu percebo que esse mercado de sucos naturais apresenta todos os desafios de quem está começando uma categoria. Mas ele representa um hábito de consumo que considero irreversível, o que nos dá toda uma perspectiva interessante para o futuro", observa Gustavo Siemsen, que criou um suco natural gaseificado. "É suco de verdade, com gás. É um produto que tem toda as características positivas do suco de fruto de verdade, com o gás que é tão apreciado no refrigerante", vende o empresário, que por cinco anos foi diretor de marketing da Pepsi do Brasil, até que concebeu o projeto da Gloops e passou a empreender. Quem concorda com a tendência de expansão irreversível do setor é Isabela Ferrantte, sócia da Uuulálá, uma empresa paulista que tem feito sucesso com a venda de sucos detox. "A gente acha que esse mercado não vai parar mais de crescer. O segredo é conseguir resolver alguns dos problemas que são inerentes ao meio", diz. Por problemas inerentes, ela se refere, por exemplo, à logística de distribuição dos produtos, altamente perecíveis. "Nosso produto tem prazo de validade de três dias. O que fizemos para equilibrar isso foi apostar em uma versão congelada. Hoje 95% de nossa produção é congelada", conta.