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Miguel Krigsner, do Boticário: "o Brasil vive um momento excelente"

Miguel Krigsner, criador do Boticário, fala sobre empreendedorismo e esbanja otimismo em relação ao futuro do País

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Por Rodrigo Rezende
Atualização:

 Uma dos aspectos que podem gerar dúvidas nos interessados em empreender é se o momento atual da economia é favorável ou não para investir. O sinal de alerta apareceu com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), que registrou alta modesta de 0,9% em 2012.

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Há quem recomende paciência e cautela caso o cenário econômico não se apresente confiável neste ano. Por outro lado, tem gente que afirma que todo momento é bom para empreender. Basta, para isso, planejamento e muito trabalho. Miguel Krigsner, presidente do conselho de administração do Grupo Boticário, falou com exclusividade sobre o assunto com o Estadão PME. ::: Estadão PME nas redes sociais ::: :: Twitter :: :: Facebook :: :: Google + :: É bom prestar atenção nos conselhos do empresário. O grupo que Miguel ajudou a construir conta atualmente com mais de 5,7 mil colaboradores. Em 2012, o empreendimento investiu cerca de R$ 464 milhões, sendo R$ 230 milhões na construção da fábrica e do centro de distribuição do grupo na Bahia, nas obras de ampliação da planta industrial na sede da empresa e também para finalizar o centro de pesquisa e desenvolvimento no Paraná.

O restante foi investido em novos projetos, infraestrutura, aquisição de equipamentos, tecnologia e melhorias de processo.

Muito, se comparado ao início modesto do empreendimento. Miguel Krigsner fundou o Boticário com apenas US$ 3 mil. Em 35 anos de história, a rede de franquias chegou a mais de 3,5 mil lojas, espalhadas por 1,7 mil municípios brasileiros. O faturamento da empresa, só em 2011, girou em torno de R$ 5,5 bilhões, e com tantos números em seu favor, a empresa de Miguel Krigsner tornou-se a maior rede de franchising do País, à frente do McDonald's.

Confira a seguir os principais trechos da entrevista do empresário com dicas para quem pretende começar um negócio.

Na sua opinião, estamos num bom momento para empreender no Brasil? O Brasil vive um momento excelente para iniciar novas atividades e amadurecer muitas delas que estão em curso. Alguns setores ficaram abaixo e não acompanharam o crescimento da economia, mas existem muitas oportunidades para novos negócios e melhorias na área de serviços. Atendimento em lojas e restaurantes, por exemplo, perderam muito em qualidade. Nos negócios médios, há grande potencial de mercado na atividade de logística. Outra tendência é o comércio eletrônico, que cresce e oferece oportunidades cada vez maiores, o que também acontece com a área de franquias, onde é possível inovar.

Qual é o maior desafio para os empreendedores neste momento em particular? Empreender significa correr riscos, mas o ideal é ter estabilidade para abrir um negócio sem que seja necessário depender dele, pois o retorno vem em médio e longo prazos.

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O que você diria ser fundamental para empreender hoje, além da pessoa contar com uma ideia boa nas mãos? Tudo hoje em dia é a busca incessante por qualidade. Não tenho dúvidas. Alguém que começar uma atividade na área de serviços, por exemplo, naturalmente vai ver que a qualidade é essencial. A relação da confiança com seus clientes também é fundamental.

É possível empreender mesmo que a boa ideia não seja uma inovação? De que forma? Quando a questão é inovação, algumas pessoas falam como se tivessem uma lâmpada do gênio e dela tirassem uma ideia que é inovadora. Mas sempre existe muito o que lapidar em uma ideia. O que se precisa é gerar valor para seus clientes e consumidores.

Depois de iniciar um negócio, uma nova empresa, quais são os principais fatores que contribuem para mantê-la competitiva no cenário atual, para que ela não perca o fôlego e cresça? Acredito muito em crescimento orgânico. O negócio deve seguir as leis da natureza, como o bebê que nasce, dá seus primeiros passos, cai e levanta. Seguindo essa analogia com o desenvolvimento do ser humano, uma empresa não pode chegar a juventude sem antes passar pela infância, pela adolescência. É preciso acertar e errar, reconhecer os erros e dar a volta por cima para seguir em frente.

 
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