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Mercado de peixe reserva uma série de oportunidades para empreender; confira

Consumo dos pescados aumentou no País por conta da necessidade da população e de políticas do governo

Por Renato Jakitas
Atualização:

Parece conversa de pescador, mas tem peixeiro por aí que não precisou investir alto nem trabalhar no limite da capacidade para conquistar um faturamento polpudo no fim de ano. Isso acontece graças à boa maré pela qual passa o produto no Brasil e tem a ver, sobretudo, com a publicidade em torno da alimentação saudável que colocou o pescado como opção aconselhável de consumo e promissora de venda.

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Do tanque de criação até a geladeira do mercado, o setor comemora a expansão recorrente da demanda, atualmente em 14,5 quilos per capta ao ano, segundo dados divulgados pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). É muito mais do que há nove anos, quando eram 4 quilos por brasileiro.

“O consumo está maior e a produção também”, afirma a secretária de planejamento do MPA, Maria Fernanda Nince, que aponta o cultivo como uma das áreas mais aquecidas do segmento. “É um bom momento. Em relação a aquicultura, que é a criação para o consumo, trabalhamos com uma ampliação de 1,5 mil hectares de áreas novas e produção anual de mais 600 mil toneladas de peixes”, destaca.

O paulista Roberto Imai, dono de uma empresa de processamento na área e coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva da Pesca e da Aquicultura da Fiesp (Compesca), concorda. Para ele, apesar da forte concorrência com a importação, responsável por uma balança comercial desfavorável na ordem de R$ 1,2 bilhão em 2013, há espaço para a profissionalização e a expansão da aquicultura.

“A produção, apesar de ser uma atividade um tanto quanto antiga, tem passado por diversas mudanças, principalmente por conta de uma leva de licitações promovida pelo governo federal em represas de hidrelétricas. Isso está tirando uma série de empresários da ilegalidade e criando marcos legais”, diz.

Um bom exemplo é o de Emerson Esteves. Ele é sócio da piscicultura Peixe Vivo na cidade de Rubineia, na região noroeste do Estado de São Paulo. Esteves mantinha há dez anos uma criação de tilápias de maneira irregular no reservatório da usina hidrelétrica de Ilha Solteira, na divisa de São Paulo com o Mato Grosso do Sul.

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Com a nova onda de licitações, ele investiu R$ 3 milhões para a produção de pescados em quatro hectares do mesmo reservatório, só que do lado sul-mato-grossense. Para a licitação, comprometeu R$ 116 mil, a serem pagos em 20 anos. Agora, a expectativa do empreendedor é faturar R$ 5 milhões por ano, com produção de 100 toneladas de peixes.

“Tenho mais 10 hectares que aguardam a definição da licitação no lado paulista. Temos espaço para crescer”, explica Esteves, que espera incrementar sua capacidade de pescados para 1,8 mil toneladas ao ano. Um crescimento e tanto.

O mercado também reserva espaço ao comércio. Mas para João Donato Scorvo Filho, pesquisador do Instituto da Pesca (IP), quem se dedicar à venda do produto para o cliente final vai ter de buscar inovações, caso contrário, pode bater de frente com os supermercadistas, que se consolidaram no setor. “Tem de ser exclusivo, como um butique de peixes, o que ainda não vi.”

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Letícia Simões Miaki também não. Até que há dois anos e meio ela teve a ideia de montar a Peixe Gourmet, em Santos. O estabelecimento tem justamente a característica de um empório, com pescados limpos e congelados, tanto importados quanto nacionais. “Não é todo mundo que tem tempo de comprar um peixe fresco. E, mesmo fresco, se congelar em casa, ele perde qualidade”, explica a empresaria, que investiu R$ 400 mil na ideia, faturou R$ 600 mil em 2013 e pensa em expandir por outras praças, principalmente na cidade de São Paulo.

:: Confira as oportunidades no segmento ::

Aquicultura: A grande aposta do setor é a cultura de tilápias, que até foi renomeada para Saint Peter.

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Serviço: O setor necessitará de mais empresas processadoras. Já há uma carência por frigoríferos.

Importação: A deficiência local na pesca marítima é suprida pela importação. O nicho é interessante.

Varejo: Busque inovar para fugir da disputa com as grandes redes do setor.

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