Marca investe R$ 2,5 milhões em franquias para se tornar a ‘Hering do interior’

Objetivo de empresário capixaba é alcançar 70 lojas até o fim de 2014, em cidades de pequeno e médio porte

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Por Renato Jakitas
Atualização:

Transformar seu negócio em uma espécie de Hering, só que para cidades do interior do País, pode parecer um sonho distante para Lucas Izoton, dono da Cobra D’Água, marca capixaba de moda jovem. A empresa, com 24 anos de vida, ainda trabalha para transformar em sucesso o seu primeiro grande plano de expansão. Mas o empresário acredita que “nada é impossível” e fala isso com a experiência de quem já distribui seus produtos em 1,4 mil cidades de pequeno e médio porte e prevê faturamento de R$ 150 milhões até o fim do ano.

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O caminho traçado para chegar até esse objetivo passa obrigatoriamente pelo sucesso de seu projeto de franquias, programa lançado pelo empresário em maio último. Ele investiu R$ 2,5 milhões em pesquisas de mercado, elaboração de linhas de produtos e definição de uma nova estratégia para a distribuição dos pedidos. Feito isso, a meta de desempenho para médio prazo não é nada modesta. Lucas Izoton vai atrás de 70 contratos de franquia a ser fechados até o fim de 2014, dos quais 15 devem ser celebrados até dezembro deste ano.

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“Nós hoje temos presença em 12 mil lojas multimarcas que comercializam ou têm a representação de nossos produtos. Vamos começar a prospecção de franqueados justamente com esses comércios, que já são nossos parceiros”, afirma o empresário, que é formado em engenharia mecânica e conta que começou a empreender aos 10 anos, vendendo refrescos em uma feira livre na cidade de Vila Velha (ES).

“Eu sempre fui um pouco irrequieto e queria empreender por conta própria. Aos 14 anos comecei a vender Avon e, um ano depois, montei um negócio de artesanato, fabricando e vendendo bolsas, carteiras e sandálias para pequenas boutiques e também para o consumidor final”, lembra Izoton.

Posicionamento. Otimista com o projeto de expansão da Cobra D’Água, o empresário conta que os investidores sentem-se atraídos pelo posicionamento da marca, que não mudou desde o início da operação. A empresa é focada no vasto mercado consumidor da classe C. Tem também o diferencial de estar presente em mercados onde seus concorrentes não chegaram, como Laranjal do Jari (PA) e Montes Claros (MG). O mercado mineiro, aliás, lidera o ranking de vendas da empresa, seguido por Bahia e Pará.

"A gente fez logo no início uma opção diferente das outras marcas, dando preferência às cidades do interior do Brasil. Nossa marca tem um índice de penetração no mercado brasileiro muito grande”, afirma Izoton. “Esse final de semana estava falando com um representante e ele estava em um barco, cheio de caixas de nossos produtos, no Rio Amazonas.”

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Desembolso. O investimento médio para abrir uma loja da marca é de R$ 265 mil, que já contabiliza o capital de giro. Neste primeiro momento, o parceiro terá isenção de taxa de franquia.

A loja exige de 50 a 60 metros quadrados de área mínima, cinco vendedores, um caixa e um gerente. E o faturamento mensal deve ser de aproximadamente R$ 90 mil reais.

Embora o layout permita a abertura de lojas de rua, o projeto prioriza os shopping centers. “No momento em que estamos saindo das cidades pequenas para as médias, os shoppings seguem das grandes cidades para as médias e pequenas. Queremos aproveitar esse movimento dos shoppings, justamente para marcar nosso novo momento”, afirma Izoton.

Cautela. Para o professor Claudio Felisoni de Angelo, do Programa de Administração de Varejo da FIA, focar nos grandes centros de compra é uma escolha acertada do empresário. Ele lembra dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), que contabilizam a abertura de mais 36 empreendimentos neste ano, sendo 26 em cidades do interior.

“Mas é preciso cautela. A empresa se saiu bem até agora atuando em lojas multimarcas. Mas esse novo posicionamento vai exigir competências novas por parte do empresário”, observa.

 
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