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Marca bem estruturada é boa opção

Ofertas de baixo investimento precisam de análise criteriosa

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Por Redação
Atualização:
  Foto: Felipe Rau|Estadão

A microfranquia tornou-se um caminho a ser seguido por aqueles que, mesmo interessados em iniciar um negócio próprio pelo modelo do franchising, não conseguem reunir grande aporte financeiro para começar. A opção tornou-se popular nos últimos anos, o que levou a problemas porque franqueados ficaram decepcionados com a falta de suporte de franqueadores que não tinham testado seus negócios a ponto de poder oferecê-los como opção de investimento. A Associação Brasileira de Franchising (ABF) atuou para minimizar o problema e melhorou essa relação recentemente.

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A microfranquia necessita de uma aporte financeiro menor, até R$ 80 mil. “O importante de ter essas faixas de investimento menores é possibilitar que pessoas que têm pouco capital possam empreender e trazer novos rumos para suas vidas profissionais. Mas a concorrência é maior nesse segmento de franquia, tornando-o mais difícil”, entende Claudia Bittencourt, consultora e especialista na área.

Segundo Claudia, os negócios dentro dessa modalidade de investimento se desenvolveram bastante nos últimos anos, também, por conta da estabilidade na economia. O cenário macroeconômico mais favorável fez com que muitos negócios saíssem da informalidade, o que trouxe desenvolvimento para o País. O recrudescimento recente nesse cenário, claro, levou esses negócios a ficarem mais expostos. “É um segmento que exige muita atenção porque há uma demanda crescente por franquias de pequeno porte e algumas não têm como dar suporte adequado a todos”, alertou a especialista.

Mesmo assim, a crise vem beneficiando alguns segmentos, como o de serviços domésticos, de manutenção e pequenas reformas, explica Claudia. Para ela, tudo passa pelo dono da marca ter feito sua lição de casa e construído um modelo com musculatura para enfrentar momentos de adversidade como o atual. “Quem tiver franquias bem estruturadas nesses segmentos vai ganhar clientes, principalmente por conta da PEC das empregadas domésticas que encareceu a mão de obra.”

Empresas de serviços estão otimistas Há pouco mais de três anos no mercado de franchising, a Maria Brasileira, marca de limpeza e cuidados com a casa, focou em crescer por meio de franquias. “A gente entrou no mercado em maio de 2013 com um investimento de R$ 50 mil em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Fizemos toda a estruturação para franquia. Participamos da feira da ABF, contratamos pessoas para dar suporte, inclusive consultores”, disse Felipe Buranello, sócio-fundador da marca que atua com serviços.

Atualmente, são 142 unidades franqueadas em 23 estados. A previsão da empresa, apesar do momento difícil, é chegar a marca de 200 fraquias e, com isso, alcançar faturamento anual de R$ 42 milhões, segundo Buranello.

Para abrir uma franquia da Maria Brasileira é necessário aporte de R$ 59 mil. “Nosso negócio é uma prestação de serviços de mão de obra. É uma operação muito enxuta, por isso, o investimento é baixo. Não precisa de maquinário e nem produtos para estoque”, explica Buranello sobre o negócio que ele desenvolveu.

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Para o empreendedor, a crise econômica e a PEC das empregas domésticas beneficiaram a sua empresa – muitas famílias precisaram, por conta do aumento de custos, demitir essas funcionárias e, assim, buscar alternativas no mercado. E a retração econômica não fez o empresário tirar o pé do acelerador. “Não vamos dispensar nossa equipe, que é treinada e qualificada, pois certamente iremos perder mercado. A economia vai voltar a crescer e pretendemos aproveitar quando isso acontecer”, garantiu.

Outro segmento do ramo de prestação de serviços que cresceu nos últimos anos foi o de lavanderias. A Lava & Leva, por exemplo, surgiu em janeiro de 2014. Se desse errado, ela seria usada para atender o hotel que o fundador da marca, Fernando Oliveira, acabara de abrir no Mato Grosso do Sul. “O negócio deu tão certo que hoje tenho muitos pedidos de franqueados em algumas cidades que não posso mais oferecer”, afirma, orgulhoso, o proprietário da marca.

Para montar uma franquia da Lava & Leva o interessado precisa dispor de R$ 40 mil, montante que também enquadra a marca no segmento de microfranquias. A empresa tem atualmente 250 unidades e, até o final do ano, pretende chegar a 300.  A taxa de mortalidade, por ser uma franquia ainda muito jovem, é de 3% e o retorno do investimento fica entre 8 a 12 meses. “Outro dia, uma pessoa que mora em Orlando, nos Estados Unidos, nos indicou abrir uma unidade lá”, revela Oliveira, otimista em relação aos próximos anos.

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