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Mais de um terço dos e-mails comerciais não chega aos usuários

Comportamento das empresas é um dos responsáveis pela baixa taxa de entrega

Por Letícia Sorg - Agência Estado
Atualização:

Os brasileiros podem achar que recebem e-mails demais. Especialmente mensagens de propaganda, vendendo produtos e serviços. Por isso, é possível que fiquem surpresas ao saber que apenas 64,5% dos e-mails comerciais disparados chegam às suas caixas de entrada. Mais de 30% dessas mensagens são barradas pelos servidores, acabam na lixeira ou na caixa de spam. É isso que mostra um estudo realizado pela Return Path, empresa de certificação e reputação de e-mails, com 1,1 milhão de mensagens e 142 provedores de acesso em 34 países de todos os continentes no segundo semestre de 2011. A falha ao entregar 35,5% dos e-mails comerciais coloca o Brasil entre os piores resultados. No País, de todas as mensagens disparadas, 22,4% pararam na caixa de spam ou no lixo e 13,1% foram bloqueadas pelos provedores. A média mundial de mensagens que não chegam ao usuário é de 23,5%. O melhor resultado foi observado na Europa, onde 15% das mensagens se perderam. Nos Estados Unidos, a média foi de 79%. O crescimento do e-commerce pode explicar o mau resultado nacional na pesquisa. "A explosão do comércio eletrônico levou a um aumento considerável no volume de e-mails enviados pelas empresas do setor", disse Louis Bucciarelli, diretor geral da Return Path no Brasil. O tráfego de mensagens é significativo. Só o Buscapé, uma das principais ferramentas de comparação de preços, dispara 4 milhões de e-mails por dia para seus clientes. Segundo dados da e-bit, o valor de vendas online cresceu 26% em 2011 e pode avançar mais 25% este ano, totalizando um faturamento de R$ 23,5 milhões. No ano passado, 30 milhões de brasileiros fizeram pelo menos uma compra online - 9 milhões deles usaram o comércio eletrônico pela primeira vez.::: Siga o Estadão PME nas redes sociais ::::: Twitter :::: Facebook :::: Google+ :: Além do crescimento do volume de empresas e de mensagens, outro responsável pela baixa taxa de entrega brasileira é, segundo Bucciarelli, o comportamento das empresas em relação aos e-mails. "Elas precisam melhorar as práticas de envio para ser reconhecidas pelos provedores como empresas com boa reputação", afirmou o executivo. Em um mercado de e-mail marketing ainda em expansão, nem todas as empresas adotaram as melhores práticas, o que pode explicar a baixa taxa de entrega das mensagens. Uma das principais medidas para melhorar o resultado é respeitar o desejo do consumidor. Usar bases de dadospróprias e atualizadas, retirar o nome da pessoa da lista se ela requisitar e ter um conteúdo relevante, que incentive a abertura da mensagem, são algumas das práticas para chegar à caixa de entrada dos clientes. Os provedores observam de perto o comportamento das empresas com ferramentas cada vez mais sofisticadas e podem puni-las se as regras não forem seguidas. O principal objetivo dos provedores é proteger seus usuários de e-mails indesejados. Foi para isso que o Gmail criou sua caixa prioritária. A nova ferramenta filtra ainda mais as mensagens recebidas - só 8% são consideradas prioritárias - e 21% dos e-mails acabam na caixa de spam. A criação de novos filtros pode estar por trás da queda de 6 pontos percentuais na média global de entrega de e-mails no segundo semestre de 2001 em relação ao semestre anterior, observada na pesquisa da Return Path. Saber lidar com as novas barreiras de proteção ao consumidor é uma saída para as empresas que querem continuar usando o e-mail marketing como forma barata e eficiente de aumentar as vendas. Embora outras ferramentas de comunicação com o consumidor estejam surgindo, como as redes sociais, e o tempo dos internautas com e-mails venha diminuindo, o correio eletrônico ainda é uma alternativa importante para as empresas. Segundo um estudo recente da SeeWhy Software, que analisou 60.000 compras online realizadas nos Estados Unidos, os e-mails comerciais foram responsáveis por mais de 50% dos acessos aos sites e 67% das vendas efetuadas.

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