Mais da metade dos consumidores compra produtos piratas

A ascensão das faixas de renda mais baixas às classes de poder aquisitivo mais elevado, na prática, não mudou hábitos de consumo

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Por Alessandra Saraiva e Agência Estado
Atualização:

A procura por produtos piradas aumentou este ano. Em um universo de mil entrevistados em nove regiões metropolitanas do País pela Fecomércio-RJ/Ipsos em agosto, 52% dos pesquisados informaram ter comprado ou consumido algum produto pirata em 2011. Este porcentual ficou acima do apurado em agosto do ano passado (48%) e foi o maior desde o início da pesquisa em 2006. O motivo apontado por 94% dos entrevistados que admitiram consumo de produto pirata foi preço mais barato, de acordo com o economista da Fecomércio-RJ Christian Travassos.

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Segundo Travassos, foi a primeira vez que o levantamento, anual, apurou mais da metade dos pesquisados admitindo compra de itens piratas. "Estamos com mercado interno muito aquecido. E este consumo não abrange somente produtos legais", afirmou. ::: Siga o Estadão PME nas redes sociais ::: :: Twitter :: :: Facebook ::

Na avaliação do especialista, a ascensão das faixas de renda mais baixas às classes de poder aquisitivo mais elevado, na prática, não mudou hábitos de consumo. Portanto, o mesmo consumidor que antes comprava produtos piratas por serem mais baratos continua com a mesma postura; mas desta vez, com mais poder de compra.

Isso pode ser confirmado nos dados do levantamento dividido por faixas de renda. Entre os consumidores das classes A e B consultadas, 57% admitiram compra de produto pirata este ano - sendo que este porcentual, para esta mesma resposta nestas duas classes, era de 47% em agosto do ano passado. Entre os produtos mais procurados estão CDs e DVDs, respectivamente lembrados por 81% e 76% dos entrevistados este ano.

Para Travassos, os porcentuais de uso de produtos piratas podem continuar crescendo nas próximas apurações. "Precisamos atacar este problema em duas frentes: desoneração tributária e maior rigidez no combate à comercialização ilegal", afirmou o especialista.

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