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Franquias de calçados estão de olho no exterior

Santa Lolla vai abrir primeira loja no Paraguai e Jorge Bischoff pretende aumentar exportações

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Por Gisele Tamamar
Atualização:

A cotação do dólar frente ao real tem despertado o interesse das franquias brasileiras de calçados para exportações e inaugurações de lojas em outros países. O caso mais recente é o da Santa Lolla, que inicia a internacionalização da marca em agosto com a abertura da primeira loja em Assunção, no Paraguai. 

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A marca foi criada pelos irmãos Fabio, Vanessa e Rubens Martinez, em 2002, depois de uma experiência de oito anos com uma loja multimarcas. Hoje, com 126 lojas e faturamento de R$ 200 milhões, a Santa Lolla vai aproveitar o interesse de um brasileiro residente no Paraguai para levar a marca para fora do Brasil. 

O empresário Jorbel Jacson Griebeler se mudou há cinco anos para o Paraguai, onde tem uma empresa de distribuição de celulares e aparelhos eletrônicos. Em busca de um negócio para a mulher Flavia, ele optou pela franquia de calçados. 

De acordo com Griebeler, o Paraguai tem um mercado muito interessante, mas é um país pequeno. Por isso, ele acredita que a região tem espaço para três a quatro unidades. O empresário afirma que o país está em pleno crescimento e o Banco Central do Paraguai estima que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 4% este ano.

"O potencial agropecuário é muito forte e o setor industrial está crescendo e chamando a atenção de outras indústrias que estão vindo explorar o que o Paraguai oferece em termos de custo de energia e mão de obra. O país está sendo descoberto pelos brasileiros agora", diz. 

A estratégia da Santa Lolla é concentrar as novas inaugurações na América do Sul e deixar a administração sob a responsabilidade dos franqueados. "Hoje não temos estrutura para abrir loja própria. Essa é a grande diferença do franqueado. Ele vive o dia a dia e ajuda muito", afirma Fabio Martinez, que também exporta para lojas multimarcas da América do Sul há um ano e meio. 

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Os irmãos já receberam até propostas para abrir unidades em Dubai, por exemplo, mas eles avaliam que agora não é momento. "Vamos dar um passo de cada vez e ir aprendendo. Sempre fomos muito pé no chão", conta Fabio, que deve abrir uma operação no Panamá ainda este ano. 

A marca nunca participou de feiras de franquias ou focou na expansão da marca. Segundo Fabio, o próprio resultado das lojas atraiu investidores. Para a expansão internacional, os irmãos não têm uma meta a ser atingida. A intenção é crescer sim, mas com cautela. 

Potencial. O CEO do Bischoff Creative Group, Jorge Bischoff, já exporta os calçados da marca que leva seu nome para 60 países e está confiante no crescimento dos negócios internacionais. Só no primeiro semestre, a venda para o exterior representou 18% do faturamento. A meta é chegar aos 25% até o fim do ano. 

"Convivemos com a moeda desvalorizada durante todo o período de construção da marca e conseguimos vender para 60 países um design diferenciado e elaborado com qualidade", diz Bischoff. Para o empresário, a abertura de uma loja no exterior é uma forma da marca virar referência naquele país. "Continuamos conversando com o nosso consumidor lá fora e automaticamente passamos a ser referência, o que ajuda a criar novos negócios", afirma. 

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No ano passado, a marca inaugurou duas operações no Uruguai com uma consumidora da marca que virou franqueada. Este ano, a empresa começou a operar no balneário de Varadero, em Cuba. "Acredito que o crescimento virá de forma natural. Vamos participar de mais feiras no exterior e fazer mais ações com parceiros", pontua. 

Apesar do potencial do mercado internacional, Bischoff destaca que o negócio tem muito a crescer no Brasil. Hoje são 56 lojas Jorge Bischoff e mais 14 da Loucos&Santos, marca do grupo com apelo mais despojado. Este ano, o grupo quer chegar a 1,7 milhão de pares de sapatos produzidos e mais de 500 mil bolsas e acessórios - aumento de 22% em relação ao ano passado. "O foco é continuar expandindo o número de unidades no País e ter algumas surpresas espalhadas pelo mundo", afirma Bischoff. 

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