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Feira do Empreendedor vira laboratório para a crise

Evento que acontece em São Paulo até hoje busca preparar novos e atuais empresários para o difícil momento da economia

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Por Renato Jakitas
Atualização:

As tradicionais histórias de sucesso e de superação ainda estão por lá, mas a grande questão da edição 2016 da feira do empreendedor, evento que segue até hoje no Centro de Exposições do Anhembi, em São Paulo, é mesmo a crise econômica.

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Empreendedores com soluções para controle de gastos corporativos e o candidato a empresário com o cinto apertado são os principais personagens do evento que, em edição anteriores, comunicava o empreendedorismo como opção e estilo de vida, mas, agora, vende o caminho como alternativa de sobrevivência ao desemprego.

“As coisas mudaram bastante”, conta Cristiane Capella, que há um ano investiu R$ 5 milhões para trazer ao Brasil uma marca norte-americana de óculos de sol, grau e acessórios, a NYS, e hoje encara sua segunda feira do tipo em busca de franqueados – em 2015 ela participou da Feira da Associação Brasileira de Franchising (ABF).

“A gente precisou repensar todo o posicionamento, do valor da franquia até o preço médio dos produtos”, afirma. A empresária acaba de reduzir o tamanho e o valor do quiosque em quase R$ 40 mil para atrair interessados – o preço saiu de R$ 123 mil para R$ 85 mil.

“Lançamos mais uma opção, um pouco mais em conta, para ver se atrai o investidor, que está sem dinheiro no bolso. Também reduzimos o valor dos óculos, que antes custava em média R$ 175 para R$ 149”, explica.

As franquias, aliás, seguem como bons termômetros para o empreendedorismo. Neste ano, praticamente todas as que participaram da feira ofereceram, como chamariz de público, as opções com valor de investimento reduzido.

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A marca de piscina Igui, que no ano passado sofreu com a estiagem na região Sudeste, está lançando uma versão de loja montada dentro de um contêiner. Ao custo de R$ 50 mil, compra-se a loja compacta e com uma quantia a mais é possível colocá-la para operar com showroon e capital de giro inicial.

“A gente quer pegar também esse novo empresário que perdeu o emprego ou está procurando um formato de ganhar dinheiro mais rapidamente”, explica um dos fudadores da empresa, Antonio Manoel Pinhatari. “Fizemos parceria com o (atacadista) Makro para colocar essas lojas no estacionamento das redes. E estamos costurando coisas parecidas com o Extra”, revela o empresário.

Outro agrupamento forte de novos negócios na Feira do Empreendedor é o de provedores de soluções online de gestão e aplicativos para e-commerce.

Um exemplo é a empresa dos sócios Marcos Souza e Thomaz Krause, que investiram R$ 1,5 milhão para lançar uma plataforma digital para consultores de venda porta em porta, o Adoora. “Nosso negócio é para esse momento de desemprego. A gente quer atingir quem mais está sofrendo com essa crise”, conta Krause. O site tem cadastrado o catálogo das sete pricipais empresas de venda-direta em atuação no País. “Vamos oferecer também um cartão pré-pago onde serão depositadas as compras com cartão de crédito. Percebemos que esse público está inadimplente e tem dificuldades em manter sua conta no banco”, conta o empreendedor Marcos Souza.

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