PUBLICIDADE

Publicidade

Faturamento das redes de delivery no Brasil chega a R$ 191,8 milhões no ano passado

Desempenho no ano passado é quase 10% superior a 2011 e atesta como o segmento tem boas perspectivas

Por Gisele Tamamar
Atualização:

 A busca pela comodidade de receber a comida em casa ou no escritório ajuda a movimentar o mercado de delivery no Brasil. Por isso, não é de se estranhar que existam no País 23 redes de franquias que atuam apenas com a entrega de alimentos. Juntas, elas chegaram a 574 unidades e faturaram R$ 191,8 milhões no ano passado – alta de 9,29% em relação aos R$ 175,5 milhões movimentados em 2011, de acordo com estudo inédito da consultoria Rizzo Franchise.

PUBLICIDADE

“Algumas redes já nascem com o delivery e outras começam a implantar (com o tempo). É quase uma necessidade. Em média, ele representa 18% do faturamento de uma operação”, destaca o consultor Marcus Rizzo, da Rizzo Franchise e também especialista no segmento. ::: Estadão PME nas redes sociais ::: :: Twitter :: :: Facebook :: :: Google + :: O estudo da consultoria ainda mostra que 63% das empresas franqueadoras do setor estão instaladas na cidade de São Paulo. A dificuldade de deslocamento, de estacionar o carro e a insegurança ao sair de casa também contribuem para que as pessoas passem a aderir cada vez mais ao serviço. Mas quem pretende aproveitar o mercado para lucrar tem pelo menos dois grandes desafios pela frente: surpreender o cliente com o tempo de entrega e com a qualidade do serviço e do alimento produzido.

Robinson Shiba, fundador da rede China in Box, sabe bem quais são as vantagens e desvantagens do negócio. “Um dos grandes problemas para o empreendedor é a alta rotatividade de entregadores. Mas isso vem mudando ao longo do tempo.”

Um dos melhores exemplos de sucesso de franquias no segmento de delivery, a China in Box tem a seu favor o fato de que a comida de origem asiática “viaja bem”, como define Shiba. “A culinária chinesa já tem como característica ir toda misturada”, analisa o empresário.

A franqueada Joelma Sousa, que comanda com o marido Sidnei Luiz três unidades China in Box, não tem do que reclamar – nem do setor ou do tipo de produto escolhido. “O pai do meu marido foi o primeiro cozinheiro da rede. Com isso, foram surgindo oportunidades de franquia conforme (o negócio) foi crescendo”, conta Joelma.

Para quem pensa em empreender no setor, Joelma garante: vale a pena. Mas nada acontecerá sem esforço. O franqueado precisa estar preparado, por exemplo, para os picos de pedidos. Na unidade Campo Limpo, uma das três administradas pelo casal, o movimento chega a triplicar nos finais de semana. Por mês, são feitas de 2,5 mil a 3 mil entregas. “É um negócio trabalhoso, mas rentável”, diz. Em média, o faturamento mensal de uma unidade da rede é de R$ 120 mil.

Redondas

Publicidade

Mas apesar da diversificação de ofertas à disposição atualmente, a pizza continua sendo o delivery mais acionado pelos consumidores.

Pesquisa feita no ano passado pela consultoria GS&MD – Gouvêa de Souza, sobre alimentação fora do lar, mostra que 91% dos entrevistados pediam pizza para comer em casa. Em 2010, esse índice era de 86%. O levantamento foi feito em quatro cidades (São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre).

Melhor para quem apostou no setor. O fundador da rede Dídio Pizza, Elidio Biazini, por exemplo, percebeu em 1993 uma deficiência nas entregas de pizzas e viu aí uma oportunidade de profissionalizar o delivery. “Há 20 anos, as pizzarias que faziam entregas trabalhavam de forma amadora. Já os restaurantes tradicionais, não tinham delivery. Apesar de receber um bom salário como funcionário da área de tecnologia, resolvi abrir meu negócio”, conta o empresário.

Para Biazini, não adianta mandar o entregador correr. “É importante buscar tecnologias para agilizar o processamento dos pedidos e priorizar um bom trabalho na cozinha.” A rede aderiu ao sistema de franchising há seis anos e tem 21 unidades – cinco próprias e 16 franquias. Em 2012, faturou R$ 14 milhões. Outra rede que investe na expansão por franquias é a Red Sun, de Santos. Entre os diferenciais da pizzaria está justamente o uso da tecnologia. A rede tem um aplicativo para smartphones e, por meio da ferramenta, o cliente pode escolher o sabor da pizza e fazer o pedido. Outra inovação é uma caixa especial para manter a pizza aquecida até o destino final.

PUBLICIDADE

A caixa, chamada de hot box, mantém o alimento aquecido a 80º C por até 40 minutos. “A hot box fica carregando na base até na hora do entregador sair para levar a pizza”, explica o fundador da rede, Beto Leite.

Mas a inovação tem seu preço. A mochila tradicional usada pelos entregadores custa R$ 70, a hot box e sua base, que fica ligada na tomada, custam R$ 4,4 mil – como a pizzaria precisa de algumas caixas, o custo acaba sendo ainda maior. A despesa com a tecnologia já está incluída no investimento inicial para abrir uma franquia da Red Sun: R$ 420 mil. O faturamento médio mensal previsto é de R$ 150 mil a R$ 200 mil, com taxa de lucratividade entre 18% e 23%. A previsão da rede é fechar o ano com 36 lojas.

 
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.