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Eventos demandam planejamento e parcerias das PMEs

Festas de fim de ano agitam empresas desde o primeiro semestre; planejamento ajuda a sobreviver em janeiro

Por Mateus Apud
Atualização:

No mercado de eventos, os últimos três meses do ano são um período muito esperado para empresas do ramo. Afinal, as festas de fim de ano impulsionam o faturamento e, para atender a demanda, muitas delas começam os preparativos ainda no primeiro semestre.

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A Ghee Banqueteria, especializada em serviço de cozinha para eventos corporativos, sociais ou mesmo delivery residencial, é um exemplo de empresa que se prepara antecipadamente. “Começamos o desenvolvimento dos cardápios para essas datas ainda no primeiro semestre. Em junho já temos o que vamos fazer no final do ano”, diz o sócio e chef de cozinha da Ghee, Paulo Neves.

Com faturamento 40% maior nos últimos três meses do ano, Neves atribui o crescimento da demanda a eventos corporativos e a ceias de Natal e Réveillon. “O final de ano é a nossa época mais corrida. De outubro até o dia 18 de dezembro a gente trabalha principalmente eventos corporativos e confraternizações de empresas. Depois, centramos no Natal e ano-novo.”

Ceia de Natal da Ghee Banqueteria. Empresa se planejou para criar cardápio e atender pedidos desde junho Foto: Caca Bratke

Segundo dados da Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta), o mercado de eventos faturou R$ 17,2 bilhões em 2017, ante R$ 17 bilhões em 2016. Mas, mesmo sem projeção para 2018, a expectativa é que aumente em 2018, puxado pelas festas corporativas, conta o presidente da Abrafesta, Ricardo Dias. 

“Desde maio, por conta da greve dos caminhoneiros e das eleições, o mercado está bem devagar. Depois disso, os orçamentos voltaram ser tocados”, ressalta ele. “Ao que tudo indica a tendência é melhorar. É uma melhora virtual por conta da animação das pessoas.”

Para Mariana Mariutti, sócia da Mobile Festas, empresa de aluguel de móveis para eventos, o fim de ano representa alto crescimento no faturamento, tanto para quem quer fazer festa corporativa como para quem quer receber em casa. “De uns anos pra cá, o mercado está bem esquisito, fechando eventos muito em cima da hora. Recebemos pedidos de um dia para o outro e conseguimos atender, mas claro que a antecedência ajuda muito na programação de caminhão, mão de obra.”

Além disso, conta a empresária, a antecipação dos pedidos faz com que os clientes consigam o que querem, já que as empresas trabalham com estoques limitados. “Quem deixa para a última hora pode não conseguir as peças que deseja.”

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Quem também lucra com as festas de fim de ano é a Double Bar, que há 12 anos oferece serviço de bartender, com personalização do bar e diversos coquetéis para eventos. Segundo o sócio Thiago Augusto, a procura pelos serviços da empresa cresce em torno de 20% também de outubro a dezembro.

Os meses seguintes, porém, não são muito bons, e o faturamento do fim do ano ajuda a equilibrar as contas em janeiro. “Outubro, novembro e dezembro são meses ótimos. Em compensação, janeiro e fevereiro são muito fracos. O movimento começa a melhorar após o Carnaval”, diz Mariana Mariutti.

Alta demanda

Mas como atender a alta dos pedidos sem prejudicar as finanças com contratações? Segundo a professora de estratégia e marketing da Fundação Dom Cabral Luciana Fabula, em datas comemorativas as empresas devem apostar em parcerias. Dessa forma, poderão atender a demanda sem aumentar os custos com equipe fixa.

Rafael Rodrigues, diretor da empresa A7 Brindes. Foto: Alex Silva/Estadão Foto: Alex Silva/Estadão

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Na Ghee Banqueteria, são sete cozinheiros fixos, e para as festas de fim de ano são sempre contratados freelancers. Focado no mercado de brindes corporativos, a A7 Brindes também busca solução para evitar sobrecarga trabalhista. Segundo o sócio Rafael Rodrigues, a A7 optou justamente por produtos importados para poder ter boa margem de lucro na época de grande demanda, sem aumentar o quadro de funcionários. “Fica mais fácil, pois não precisamos aumentar nossa equipe para produzir os brindes.

Podemos arranjar parceiros apenas para ajudar na gravação dos produtos e na embalagem”, diz Rafael, que vende desde canetas até faqueiros e carregadores portáteis.

Fundada em 2007, a A7 tem demanda maior em outubro, novembro e dezembro, quando há até 70% de aumento no número de pedidos. “As vendas crescem bastante nos últimos três meses principalmente devido a encomendas de empresas pequenas. As grandes costumam comprar o ano inteiro”, conta Rafael.

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Para Luciana Fabula, o investimento de uma pequena em evento ou brinde para funcionários ou clientes é uma forma de fidelizá-los. “Vale a pena investir para aproximar o cliente, mostrar que houve cuidado. Ótima maneira de encerrar o ano.”

* Estagiário sob supervisão do editor de suplementos, Daniel Fernandes. 

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